Saúde

H5N1: saiba mais sobre o vírus que preocupa a OMS

Publicado em: 10/03/2023Última atualização: 10/03/2023
Publicado em: 10/03/2023Última atualização: 10/03/2023
Foto mostra galinhas com penas marrons em aviário industrial.A gripe aviária é uma das grandes preocupações dos últimos anos e novos surtos levantam a possibilidade de uma pandemia em humanos
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Um novo alerta, emitido em janeiro de 2023 pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), está voltando os olhos do mundo globalizado para as Américas, onde foram registrados novos casos de gripe aviária.

A recorrência e o número de animais que vieram a óbito por conta dessa zoonose apontam um novo surto. Embora ainda não tenha atingido um estágio alarmante para humanos, a recente experiência de uma pandemia traz novamente a discussão de que é melhor ficar alerta e investir na prevenção.

Continue a leitura do artigo para saber mais sobre a gripe aviária, de onde ela vem, quais os sintomas e o que podemos fazer para nos prevenirmos. Além disso, diante de alertas, como os emitidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela OPAS, é preciso estar informado(a) para contribuir com os esforços de conter as doenças.

Índice — Neste artigo, você irá encontrar:

  1. O que é e o que causa a H5N1?
  2. Como ocorre a transmissão?
  3. Sintomas
  4. Como é feito o diagnóstico da gripe aviária H5N1?
  5. Tratamento
  6. Existe vacina?
  7. Prevenção

O que é e o que causa a H5N1?

A chamada gripe aviária é uma doença que acomete principalmente aves e, entre elas, é extremamente contagiosa e mortal. O vírus H5N1, que também dá nome à doença, tem origem desconhecida e foi detectado pela primeira vez em 1996, em materiais recolhidos de gansos na China.

No ano seguinte, os números acusavam um surto e a primeira infecção em humanos foi identificada. Desde então, mais de 50 países reportaram aves infectadas. 

Segundo informações da OMS, foram registrados um total de 868 casos de humanos infectados nos últimos 20 anos, com uma taxa de 53% de fatalidade. Embora o número de infectados seja relativamente baixo em humanos, a agressividade do vírus nas aves não sugere bons prognósticos.

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Como ocorre a transmissão?

Mãos com luvas brancas pegando um frango ao lado de um bebedouro de granja.
Aves domésticas são as mais afetadas atualmente, sendo necessário o monitoramento constante da saúde desses animais

Atualmente, fala-se de uma pandemia para as aves (não entre os humanos), uma vez que o mundo todo registra um aumento dos óbitos entre esses animais, em contextos naturais, urbanos, rurais e, principalmente, industriais. 

A indústria de produção de alimentos de origem animal geralmente confina centenas de seres em espaços que são insalubres e insuficientes para o desenvolvimento saudável de qualquer organismo complexo, como é o dos vertebrados.

Diversas doenças, causadas por novas espécies de vírus, fungos, bactérias e outros microorganismos, têm surgido nesses ambientes, e o H5N1 pode ser um desses agentes. Embora não seja clara a origem da gripe aviária, pode-se afirmar com segurança que os ambientes industriais são propícios para a contaminação em massa de aves.

A OMS alerta que, apesar de serem raros e pontuais os casos de humanos infectados, não há nada que garanta a segurança dos Homo sapiens no futuro. O H5N1 já conseguiu infectar diversos outros mamíferos e preocupa o surgimento de um vírus que possa ser transmitido entre humanos.

Atualmente, todos os casos de gripe aviária surgiram por meio do contágio ave-humano, seja pelo contato com animais doentes ou pelo consumo de carne contaminada. Até o momento, o controle da transmissão tem sido feito evitando o consumo ou a proximidade com animais potencialmente infectados.

Leia também: Covid-19: por que não existe remédio específico para vírus?

Transmissão entre aves

O vírus influenza, responsável pelas doenças que chamamos de gripe, resiste a baixas temperaturas e pode ser encontrado também em fezes infectadas e na água. Além da transmissão por vias aéreas e contato entre animais infectados, os ambientes nos quais eles se encontram, como lagos e chafarizes, também podem se tornar importantes criadouros e potencializadores de transmissão dos vírus.

Transmissão entre aves e humanos

Os registros de humanos infectados revelaram que a transmissão acontece principalmente pelo contato direto com animais ou ambientes contaminados pelo vírus. Nesse sentido, os trabalhadores da indústria aviária são o grupo mais vulnerável à contaminação.

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Sintomas

Como se trata de uma zoonose, é importante saber reconhecer os sintomas em cada espécie:

Nas aves

Os surtos de gripe aviária são geralmente detectados pelos altos índices de morte súbita nos criadouros, com perdas que podem chegar a 100% nos casos mais críticos.

A gripe aviária causa sintomas semelhantes ao da gripe comum em humanos, sendo possível observar sinais como tosse, espirros e muco nasal em animais domésticos como as galinhas.

Os animais também podem apresentar: 

  • Sinais de fadiga e falta de coordenação motora, com alteração da postura e dos padrões de atividade;
  • Hemorragias e inchaços (principalmente nas pernas);
  • Diarreia;
  • Desidratação;
  • Lesões.

Quadros mais graves podem incluir sintomas ainda mais preocupantes, o que tem levantado intensas discussões sobre o bem-estar animal dessas aves, principalmente nos processos de controle da doença que envolvem o sacrifício de animais infectados.

Caso note os sintomas em alguma ave doméstica, consulte um veterinário para fazer a análise clínica ou, nos casos de óbito, a necropsia das aves.

Nos humanos

Quando em um organismo humano, o vírus da Influenza aviária causa os mesmos sintomas da gripe comum (sazonal). A maior diferença, no entanto, é a morbidade de algumas cepas da gripe aviária, que podem levar o organismo (humano ou de outros animais) a óbito antes mesmo do aparecimento dos sintomas.

Como é feito o diagnóstico da gripe aviária H5N1?

Foto mostra diversas galinhas de penas brancas em aviário industrial.
As constantes mutações do vírus contribuem para a possibilidade de uma variante adaptada aos humanos.

O histórico do paciente, envolvendo contato com aves potencialmente infectadas ou com áreas endêmicas, pode ser indício suficiente para iniciar uma investigação do patógeno que está causando os sintomas.

Para detecção do vírus, é realizada uma análise de DNA, utilizando uma técnica chamada “reação em cadeia da polimerase via transcriptase reversa” ou PCR-TR.

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Tratamento

Até o momento, o tratamento contra os efeitos do H5N1 envolve os seguintes fármacos antivirais:

Caso suspeite de infecção por gripe aviária, procure assistência médica, relate qualquer possível histórico de potencial contato com o vírus e não se automedique sem a orientação de um profissional de saúde.

Existe vacina?

Para aves como galinhas, sim. Para humanos, ainda não. Alguns países já iniciaram a vacinação em massa de aves do setor agropecuário, mas mesmo esse procedimento não tem se mostrado tão eficaz no controle do vírus, que continua se espalhando em números alarmantes.

Até a publicação deste artigo, países como EUA e Brasil estão considerando o início da vacinação dos seus animais não-humanos. Já a populaçãos precisará esperar um pouco mais: existem vacinas em teste, mas nenhuma foi aprovada para aplicação em larga escala até o momento.

Prevenção

Atualmente, as medidas preventivas mais importantes devem ser tomadas por pessoas que criam aves: é preciso evitar o contato dos animais com espécias silvestres, além de mantê-los protegidos, com alimentação e água igualmente seguros e em ambientes que não estejam sujeitos à contaminação.

Para as demais parcelas da população, a prevenção envolve os cuidados no manejo da carne, que não deve ser consumida crua ou mal passada. Além disso, evite contato com aves que você não conhece, principalmente animais migratórios.

Também é de bom-tom evitar o contato com aves urbanas, como pombos e urubus, que são vetores de diversos tipos de zoonoses.

Caso suspeite que um animal está contaminado, procure a orientação de órgãos de saúde pública, como a vigilância sanitária ou o centro de zoonoses. Não tente fazer o controle do problema de forma amadora e não cace ou mate esses animais, pois o vírus continua ativo e potencialmente infeccioso mesmo nos seus cadáveres.

Agir por conta própria e sem os devidos protocolos de segurança é justamente o tipo de atitude que pode contribuir para o surgimento de novas mutações. Assim como na pandemia de Covid-19, será necessário um esforço conjunto e globalizado para superar mais essa crise sanitária.


A gripe aviária ainda não é uma preocupação para humanos, mas esse cenário pode mudar em um futuro próximo. Diversas pesquisas apontam o potencial pandêmico do vírus entre mamíferos de diversas espécies e, por isso, órgãos como a OMS alertam para que medidas de prevenção sejam tomadas.

Para mais informações sobre doenças, seus tratamentos e saúde em geral, continue acompanhando o portal do Minuto Saudável e siga nossos perfis nas redes sociais.


Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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