Em períodos de tensão como a pandemia do Coronavírus, a busca por curas e medicações se torna, em geral, mais intensa.
Diversos laboratórios e cientistas no mundo todo têm trabalhado para encontrar um medicamento para a doença que, até então, não tem recursos curativos.
Em meio a essa busca, muitas notícias são divulgadas na mídia e, apesar de não comprovadas, muitas vezes fazem com que o(a) consumidor tome atitudes precipitadas.
Recentemente, foi divulgada a possível ação benéfica das substâncias Cloroquina e Hidroxicloroquina para o tratamento da COVID-19, o Coronavírus.
Isso fez muitas pessoas irem às farmácias para comprar essas medicações, mesmo sem apresentar sintomas da infecção e, sobretudo, sem receber indicação médica.
O que acontece é que, apesar de promissores, os estudos realizados até então não são suficientes para comprovar a eficácia das substâncias no tratamento do Coronavírus.
Seu uso sem indicação médica pode desencadear reações adversas graves ou complicações.
Vale ressaltar ainda, que caso os fármacos sejam aprovados de fato, eles atuarão como tratamento e não como prevenção.
Continue lendo e saiba mais detalhes sobre a Cloroquina e a Hidroxicloroquina!
Índice — neste artigo você vai encontrar:
Cloroquina e Hidroxicloroquina são 2 medicamentos utilizados no tratamento da Malária e de algumas doenças autoimunes como a artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico.
Doenças autoimunes são aquelas em que o sistema imunológico ataca as células saudáveis do próprio organismo.
Elas ocorrem quando o corpo não consegue fazer a distinção entre células normais e células invasoras.
A Cloroquina e a Hidroxicloroquina, apesar de serem substâncias diferentes, têm indicações e ação semelhantes.
O que as diferencia, em geral, é que a Hidroxicloroquina é uma substância derivada da Cloroquina e apresenta atividade menos tóxica.
Dessa forma, alguns efeitos colaterais podem ser mais brandos ao realizar a administração com a Hidroxicloroquina.
Por outro lado, a Cloroquina geralmente age de forma mais rápida e eficaz.
Em geral, seus usos variam de acordo com o quadro clínico de cada paciente.
A Cloroquina e a Hidroxicloroquina são medicamentos que servem para o tratamento de diferentes doenças, incluindo enfermidades cutâneas e problemas autoimunes.
De acordo com as bulas, os fármacos servem para tratar:
Ainda não há dados suficientes para afirmar a eficácia das substâncias Cloroquina e Hidroxicloroquina no tratamento da COVID-19, o Coronavírus.
Recentemente, alguns estudos realizados por pesquisadores chineses, em laboratório com células in-vitro (fora do organismo vivo), apontaram que ambos os medicamentos têm potencial de inibir a entrada e avanço do vírus nas células do organismo.
Apesar disso, a pesquisa foi realizada em um número pequeno de pessoas, não fornecendo informações suficientes para determinar a real eficácia, ou não, dos fármacos no combate ao Coronavírus.
Nas últimas semanas, outro estudo realizado na França apontou mais alguns resultados relacionados ao uso da Hidroxicloroquina.
Cerca de 36 pacientes participaram da pesquisa e a medicação foi administrada da seguinte maneira:
Como resultado, todos os 6 pacientes que receberam Hidroxicloroquina em combinação com Azitromicina foram curados após 6 dias.
Já entre os pacientes que receberam doses de apenas Hidroxicloroquina, cerca de 57% tiveram a carga viral zerada no organismo.
Mesmo com um resultado aparentemente positivo, esse estudo também foi realizado com um grupo muito reduzido de pessoas, sendo incapaz de fornecer informações conclusivas sobre as medicações.
Outras pesquisas estão sendo realizadas para comprovar o potencial curativo dos fármacos, porém, a Cloroquina e a Hidroxicloroquina não são, ainda, indicadas para o tratamento da doença.
Nos últimos dias, o Ministério da Saúde autorizou o uso da Hidroxicloroquina, em caráter experimental, para pacientes infectados pela COVID-19 que estejam em estado grave.
A liberação foi realizada apenas para casos em que não haja outras alternativas de tratamento.
Apesar da decisão, para pacientes que não estão em estado grave, a Cloroquina e a Hidroxicloroquina não são, ainda, indicadas para o tratamento do Coronavírus.
Não. O uso dos medicamentos Cloroquina e Hidroxicloroquina como forma de prevenção contra o Coronavírus não é indicado.
Além de não haver evidências sobre os fármacos protegerem contra a infecção, a administração sem indicação médica pode colocar a vida do(a) paciente em risco.
Isso, pois as medicações podem provocar graves efeitos colaterais, afetando regiões como o sistema nervoso, globo ocular e até mesmo o coração.
Sim. Os medicamentos Cloroquina e Hidroxicloroquina têm registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), porém, apenas para o tratamento das doenças: artrite, lúpus eritematoso, doenças fotossensíveis e malária.
O uso dos fármacos para o tratamento da COVID-19 não é aprovado pela agência.
Desde que foram divulgadas notícias relacionadas às possíveis ações curativas da Cloroquina e Hidroxicloroquina no tratamento do Coronavírus, muitas pessoas foram às farmácias comprar esses fármacos que, até então, poderiam ser adquiridos sem receita especial.
Por conta dessa grande procura, no dia 20 de março de 2020 a ANVISA incluiu os fármacos na lista de medicamentos de controle especial.
Dessa forma, eles só poderão ser comprados mediante apresentação de receita branca especial, em duas vias.
Isso tem como objetivo evitar o desabastecimento das medicações no mercado, impedindo ou dificultando o acesso por pacientes com indicação médica para o uso.
Quem já faz o uso da medicação poderá continuar utilizando sua receita simples, durante os próximos 30 dias.
Assim como grande parte dos medicamentos, a Cloroquina e a Hidroxicloroquina podem causar efeitos colaterais em alguns pacientes. Se utilizado de forma indiscriminada, esses efeitos podem se intensificar ainda mais.
Por isso, a automedicação é altamente contraindicada, já que pode acarretar, além das reações adversas, outras complicações não listadas na bula, já que os efeitos colaterais em pessoas com o COVID-19 não são conhecidos.
Entre outras, as possíveis reações dos fármacos, são:
Os problemas relacionados ao sistema imune, que o uso das medicações podem causar, são:
As reações que podem afetar o sangue e o sistema linfático, são:
Em relação ao sistema nervoso, o uso dos medicamentos pode causar:
Entre os efeitos colaterais que afetam a pele, estão:
As reações relacionadas à visão são:
Com a disseminação do novo Coronavírus, cada vez mais notícias relacionadas a curas e potenciais remédios estão sendo divulgadas. Por isso, é importante estar atento para quais informações são verdadeiras e confiáveis.
A Cloroquina e Hidroxicloroquina, apesar de apresentarem resultados promissores, ainda não foram aprovadas como tratamento para a doença.
Estudos ainda estão sendo realizados para a comprovação da eficácia, ou não, da medicação.
Quer saber mais sobre remédios e notícias relacionadas à pandemia? O Minuto Saudável tem conteúdos completos para você! Leia mais e continue informado(a)!
Rafaela Sarturi Sitiniki
Compartilhe
Somos uma empresa do grupo Consulta Remédios. No Minuto Saudável você encontra tudo sobre saúde e bem-estar: doenças, sintomas, tratamentos, medicamentos, alimentação, exercícios e muito mais. Tenha acesso a informações claras e confiáveis para uma vida mais saudável e equilibrada.