Estar infectado não é sinônimo de estar doente, uma sutiliza técnica que faz toda diferença. Uma pessoa com tuberculose é aquela que teve o corpo invadido pela bactéria Mycobacterium tuberculosis e que, não conseguindo combater o agente infeccioso, pode ficar doente. Quando a pessoa é infectada, mas não desenvolve a doença, podemos estar diante de um quadro de Infecção Latente da Tuberculose (ILTB).
Segundo as estatísticas médicas, a maioria dos pacientes diagnosticados com esse tipo de tuberculose nunca irá desenvolver a versão ativa da doença, enquanto uma minoria, de 5 a 15% dos indivíduos, pode desenvolver o quadro em qualquer momento de suas vidas.
No Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID-10), a tuberculose latente aparece como um tipo de tuberculose, estando no grupo do código A15, que designa “Tuberculose respiratória, com confirmação bacteriológica e histológica”.
Continue lendo o artigo para saber mais sobre a forma latente da doença, conhecendo seus principais sintomas, tratamento e diferenças com relação à forma ativa da tuberculose.
Índice — Neste artigo, você irá encontrar:
Assim como os demais tipos de tuberculose, o quadro latente também é causado pela Mycobacterium tuberculosis. Entretanto, neste caso, a bactéria está inativa no organismo, fazendo com que o paciente possa ser diagnosticado como infectado, apesar de não ter desenvolvido a doença.
A Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde, explica que a maioria das pessoas consegue resistir ao adoecimento após a infecção pelo bacilo, desenvolvendo imunidade parcial à tuberculose.
O problema é que nem sempre os microorganismos são completamente derrotados e, quando alguns deles permanecem vivos pelo organismo, podemos ter um caso de infecção latente da tuberculose (ILTB).
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De modo geral, não é comum que pessoas com ILTB transmitam tuberculose, pois a bactéria que causa a doença está em estado de dormência no organismo.
No entanto, é possível que o bacilo se torne ativo em algum momento, caso em que pode haver risco de transmissão para outras pessoas, uma vez que as bactérias podem viajar por meio das gotículas expelidas com a tosse ou com o espirro.
Todas as pessoas estão sujeitas à infecção por tuberculose e não há método que ajude a identificar quando os bacilos ficarão ativos ou inativos, uma vez que as interações entre invasor e hospedeiro não são exatas e matemáticas: cada caso é único e é profundamente influenciado por suas particularidades.
Com isso em mente, o grupo de risco da ILTB compreende as pessoas mais vulneráveis a infecções de modo geral, além de englobar também aqueles que convivem com pacientes infectados.
A ILTB, como vimos acima, é caracterizada pela infecção bacteriana sem manifestação ativa da doença. É como se os microorganismos estivessem “adormecidos” em algum lugar do corpo, só esperando uma oportunidade para ficarem ativos — ou não.
Sem doença, sem sintomas. As pessoas com a versão latente da tuberculose não demonstram as manifestações típicas da doença, ou seja, essa é uma condição assintomática, motivo pelo qual muitas vezes passa despercebida, sem que o hospedeiro tome consciência da infecção.
A diferença entre os dois tipos de tuberculose é literal, significando exatamente o que indicam os termos:
A tuberculose latente pode ser diagnosticada por meio da prova tuberculínica (PT), que não dispensa a avaliação clínica, com análise do quadro radiológico, exames baciloscópicos e culturais para micobactérias para descartar a possibilidade da versão ativa da doença.
O teste é realizado na pele, com aplicação de 0,1 ml de uma substância chamada tuberculina. No local da aplicação, o(a) paciente poderá sentir sintomas como coceira, leve inchaço e irritação, que passam naturalmente após algum tempo. Esses efeitos serão analisados e medidos como parte da análise que irá conduzir a um diagnóstico mais preciso.
Depois da aplicação de tuberculina, a reação terá seu diâmetro medido em milímetros. Os resultados são definidos a partir do seguinte valor de referência:
O termo “cura” é complexo nesses casos, uma vez que a infecção latente pode ser detectada mesmo após um tratamento contra a doença ativa, situação em que as bactérias sobreviventes podem ficar inativas ao invés de serem eliminadas. Ainda assim, existem antibióticos como a isoniazida, que reduz drasticamente as possibilidades de reativação das bactérias.
Atualmente, o tratamento para ILTB é realizado por meio de quimioprofilaxia, procedimento realizado com a administração de medicamentos que visam prevenir a infecção por agentes patogênicos, como bactérias ou vírus. No caso da tuberculose latente, a infecção já existe e o tratamento ajuda a evitar que ela se torne ativa.
Atualmente, esse tratamento pode durar de 4 a 9 meses e é utilizado em pelo menos duas situações:
É possível prevenir a infecção de tuberculose com algumas medidas preventivas, como evitar o contato com pessoas que estejam com a doença ativa.
No entanto, uma vez infectada, a pessoa não tem controle sobre a ação dos microorganismos, o que significa dizer que não é possível ter controle sobre as manifestações da tuberculose, não existindo a possibilidade de evitar que os bacilos fiquem latentes no organismo.
Assintomática, a tuberculose latente é um tipo de infecção que pode passar despercebida. Sem possibilidade de cura definitiva, as infecções por Mycobacterium tuberculosis precisam ser acompanhadas por profissionais de saúde, que irão definir o melhor tratamento para cada caso.
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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