Saúde

Intoxicação Alimentar: veja as causas, sintomas e tratamento

Publicado em: 29/06/2017Última atualização: 10/11/2020
Publicado em: 29/06/2017Última atualização: 10/11/2020
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Náuseas, vômitos e dor de barriga com diarreia. Esse é um quadro bem comum após a ingestão de algum alimento estragado ou contaminado.

A incidência é bem comum, sobretudo em pessoas que costumam comer fora de casa. Apesar de frequente, a intoxicação alimentar merece atenção, e com algumas medidas de segurança é possível evitar a ocorrência dela!

O que é Intoxicação Alimentar?

A intoxicação alimentar, também conhecida por gastrintestinal (gastroenterocolite aguda), é causada pela ingestão de alimentos que contém organismos prejudiciais ao nosso corpo, como bactérias, parasitas e vírus.

As bactérias que geralmente causam a intoxicação alimentar são Salmonella, Shigella, E. coli, Staphilococus, Clostridium, vírus Rotavírus (ou por suas respectivas toxinas), fungos, componentes tóxicos encontrados em certos vegetais (como a planta “comigo-ninguém-pode” e mandioca brava) e produtos químicos.

Esses organismos são encontrados em alimentos como: carne crua, frango, peixe e ovos, contudo, também podem se espalhar para qualquer outro tipo de alimento; na água e até mesmo durante a manipulação, preparo, conservação e/ou armazenamento dos alimentos.

Comumente, os pacientes acometidos pela intoxicação alimentar ingeriram alimentos que foram deixados ao ar livre ou que ficaram armazenados por muito tempo.

Porém, a intoxicação alimentar também pode ocorrer quando um indivíduo não lava as mãos antes de tocar na comida. Na maioria dos casos, é suave e desaparece após alguns dias.

O que se pode fazer nesses casos é aguardar o corpo responder, para se livrar do germe que está causando a doença. Os tipos mais sérios da doença exigem que a pessoa infectada procure um médico com urgência. Quando afeta crianças e idosos, a intoxicação alimentar pode ser uma doença grave.

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Quais as causas?

Ao ingerir um alimento que faz mal, pode haver diferentes microrganismos envolvidos nisso. Alguns estão mais associados a determinados alimentos, como:

Frutas e verduras

Mesmo frescos, podem ser contaminados ao serem lavados com água contaminada por dejetos de animais ou esgoto humano.

É comum a transmissão de bactéria E. coli em água contaminada. A infecção bacteriana, na maioria dos casos, é a principal causa de intoxicação alimentar. Os diferentes tipos de Salmonella e o Staphilococus aureus são os mais frequentes agentes da infecção.

Eles ainda são capazes de viver e multiplicar-se no interior dos intestinos. A Salmonella é transmitida por meio da ingestão de alimentos que foram contaminados ao entrar em contato com as fezes de animais também infectados.

Já a bactéria Staphilococus aureus, tem maior ocorrência na pele das pessoas e não causa danos, a intoxicação é provocada pela toxina que a bactéria produz e, consequentemente, contamina os alimentos no momento em que são preparados ou manuseados.

Outra ocorrência de infecção é pela bactéria Clostridium que ataca o sistema nervoso.

Carnes e laticínios

Também peixes e frutos do mar são os mais vulneráveis à contaminação, pois eles degradam rapidamente.

É mais fácil dos microrganismos patogênicos sobreviverem quando o alimento não é cozido ou conservado devidamente. Não é aconselhado usar, por exemplo, a mesma tábua que foi usada para cortar a carne crua.

Assim como cortar um alimento com as mãos sujas também pode ocorrer uma contaminação.

Água

Muitos organismos podem contaminar os alimentos. As condições ambientais, tais como a água poluída pode ser uma das principais causas.

Manipulação dos alimentos

Os alimentos podem ser contaminados se uma pessoa infectada os tocar. Se as mão não forem higienizadas antes de cortar um manipular um alimento, também corre mais risco de ser contaminado.

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Sintomas: o que a intoxicação alimentar pode causar?

Os sinais e sintomas mais comuns em todos os pacientes de intoxicação alimentar quando aguda são:

  • Náuseas.
  • Vômitos.
  • Diarreia.
  • Febre.
  • Dor abdominal.
  • Cólicas.
  • Mal-estar.
  • Desidratação, perda de peso e queda da pressão arterial: nos casos mais graves.

Se o alimento for contaminado pelo Clostridium, ou seja, quando a intoxicação é causada por uma das variedades da bactéria responsável pela doença conhecida por “Botulismo”, o paciente poderá apresentar:

  • Distúrbios gastrointestinais: raros.

Alterações neurológicas:

  • Visão dupla.
  • Dificuldade para focalizar objetos.
  • Dificuldade para falar e engolir.

Os sintomas da intoxicação alimentar geralmente afetam o estômago e intestinos, sendo que o sinal mais comum é a diarreia. Outros sintomas incluem:

  • Náusea.
  • Vômitos.
  • Diarreia aquosa.
  • Dor abdominal e cólicas.
  • Febre.

Depois de ingerir o alimento contaminado, os sintomas podem aparecer em poucas horas ou demorarem dias e até mesmo semanas; sua duração geralmente é de 10 dias. Tudo vai depender da bactéria que infectou o paciente e o estado de saúde no qual ele estava.

As crianças e os idosos, particularmente, podem ser os mais afetados pela intoxicação alimentar, devido aos seus sintomas ter maior duração, bem como alguns tipos de intoxicação alimentar tipicamente leves podem ser fatais para esses pacientes.

As gestantes também encaixam-se nesse grupo juntamente com as pessoas imunodeprimidas.

Importante!
Nem toda intoxicação alimentar provoca cólicas, diarreia, náuseas ou vômitos. Há tipos que apresentam sintoma diferentes ou mais graves, que podem incluir:

  • Fraqueza.
  • Dormência.
  • Confusão.
  • Formigamento na face, mãos e pés.

Qual profissional devo procurar?

O clínico geral poderá ser procurado juntamente com o gastroenterologista. É comum que a intoxicação alimentar seja leve e passe em poucos dias, por causa disso, a maioria dos pacientes não procura um médico para efetuar o diagnóstico.

Como é feito o diagnóstico?

O médico especialista, muitas vezes, diagnosticará a intoxicação alimentar investigando se outras pessoas que tiveram a mesma alimentação também passaram mal.

O diagnóstico inicial consiste em avaliar os sintomas e, quando solicitados exames ou testes, eles poderão ser:

  • Exame de fezes: solicitado se os sintomas forem graves ou o diagnóstico for incerto.
  • Exames de sangue: auxiliam a descobrir o parasita causador da intoxicação alimentar ou descartar outras causas.
  • Gestantes: possuem o sistema imunológico comprometido que pode ter sido exposto à toxoplasmose, nesses casos, o médico solicitará um teste de toxoplasmose.
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Tratamento e remédios para Intoxicação Alimentar

O tratamento para a intoxicação alimentar vai depender da origem e gravidade da doença. Na maioria dos casos, se resolve sem tratamento dentro de poucos dias. Porém, em alguns casos pode ter duração de 1 semana ou mais.

Geralmente o tratamento indicado pelo médico consiste em:

  • Repor os líquidos perdidos na ocorrência de diarreia ou vômito por via intravenosa no hospital, a hidratação intravenosa fornece ao corpo a água e os nutrientes essenciais de forma mais rápida.
  • Antibióticos: quando o paciente tem uma intoxicação alimentar bacteriana e apresenta sintomas graves. Durante a gravidez, esse tipo de tratamento, quando imediato, reduz o risco de contaminação para o bebê.
  • Antibiótico por via intravenosa: este tipo de tratamento é feito no hospital quando a intoxicação é grave.

Os medicamentos indicados poderão ser:

Dieta para a intoxicação alimentar: o que comer?

O paciente que teve uma intoxicação alimentar deverá seguir rigorosamente a dieta passada pelo médico especialista, para auxiliar na diminuição dos sintomas. Entre os alimentos mais recomendados estão:

  • Chás com açúcar mas sem cafeína, devendo evitar o chá preto, o chá mate ou o chá verde.
  • Mingau de maisena.
  • Pêra e maçã cozidas e sem casca.
  • Banana.
  • Cenoura cozida.
  • Arroz branco ou massa sem molhos ou gorduras.
  • Batata cozida.
  • Frango ou peru grelhado ou cozido.
  • Pão branco com geleia de fruta.

Nos primeiros dias de sintomas, prefira as frutas cozidas sem casca e os sucos de fruta coados; depois que os sintomas melhorarem, recomenda-se ingerir legumes, cozidos ou na sopa, pois ajudam a repor os nutrientes e vitaminas no organismo.

Tratamento caseiro

Alguns meios de tratar a intoxicação alimentar em casa são:

Carvão vegetal:

O paciente deve tomar 1 cápsula de carvão vegetal, 2 vezes no dia que ter os sintomas, pois ele impede que a mucosa do estômago e do intestino absorvam os microrganismos presentes nos alimentos contaminados.

Hidratar-se:

O paciente deve ingerir bastante líquido, como: água, chás, sucos de frutas naturais, água de coco, sais de reidratação oral ou bebidas isotônicas, a fim de repor os líquidos perdidos pelos vômitos e diarreia, acelerar a recuperação e evitar a desidratação.

O soro caseiro é uma ótima opção para se hidratar, veja como fazer:

  • 1 litro de água filtrada, fervida ou mineral engarrafada.
  • 1 colher de sopa bem cheia de açúcar ou 2 colheres rasas de açúcar (20 g)
  • 1 colher de café de sal (3,5 g)

Repouso:

É fundamental para ajudar a tratar a intoxicação alimentar, porque o organismo precisa poupar energia devido à perda de líquidos, auxiliando a prevenir a desidratação.

Faça alimentações leves:

Quando os vômitos e a diarreia estiverem cessando, deve-se fazer uma alimentação leve, opte pelo consumo de canja de galinha, purê de batata, creme de legumes ou peixe cozido por exemplo, de acordo com a tolerância.

Grupos e fatores de risco

Entre os grupos e fatores de risco da intoxicação alimentar estão:

  • Comer ou beber sucos não-pasteurizados, brotos crus, leite não-pasteurizado e produtos lácteos fabricados a partir de leite não-pasteurizado, como certos tipos de queijos.
  • Comer carne crua ou mal cozida.
  • Comer ou beber alimentos que foram contaminados durante o processamento ou pelo descuido ao manusear.

Idosos

Conforme o indivíduo envelhece, o sistema imunológico não responde tão rapidamente aos agentes infecciosos. Além disso, é comum que, com a idade avançada, haja outras doenças adjacentes, o que pode enfraquecer ainda mais o sistema imune.

Gestantes

Durante a gravidez, alterações no metabolismo e na circulação podem aumentar o risco para a intoxicação alimentar. Em casos raros, o bebê pode também pode adoecer.

Bebês e crianças

O sistema imunológico das crianças e dos bebês ainda está em desenvolvimento. Além disso, é comum que tenham o hábito de colocar coisas na boca, como objetos e brinquedos, de forma que é mais fácil que agentes danosos à saúde invadam o organismo.

Pessoas com doenças crônicas:

Como diabetes, hepatite ou AIDS, ou ainda estar fazendo quimioterapia/radioterapia para o câncer reduz a resposta imunológica.

Complicações: intoxicação alimentar pode ser grave?

O paciente da intoxicação alimentar pode desenvolver algumas complicações se não houver tratamento ou a doença agravar. Entre elas estão:

  • Desidratação severa.
  • Infecção mais grave.
  • Insuficiência renal: em casos raros.

Após passar a intoxicação, é preciso evitar comer ou beber qualquer coisa durante algumas horas; isso auxilia o estômago a combater o agente infeccioso com maior eficácia e evita que o paciente sofra com novos vômitos ou diarreia.

Tomar pequenos goles de água também auxilia, assim como beber caldos claros e bebidas esportivas. Os adultos afetados devem tentar beber pelo menos de 8 a 16 copos de líquido por dia, com pequenos goles frequentes.

Voltar aos poucos a comer, o ideal é começar pelos alimentos leves e fáceis de ingerir, como bolachas, gelatina, torradas, frutas e arroz. Caso as náuseas voltem, é preciso parar.

Como prevenir a intoxicação alimentar?

Além de uma alimentação balanceada e cuidadosa, outros fatores que podem ajudar na prevenção da intoxicação alimentar são:

  • Higienizar sempre as mãos, os utensílios e as superfícies de alimentos muitas vezes.
  • Utensílios e demais superfícies utilizadas para cortar alimentos devem ser lavadas sempre com sabão e água quente.
  • Alimentos crus devem ser mantidos separados dos alimentos prontos para o consumo.
  • Manter a carne crua, aves, peixes e frutos do mar longe de outros alimentos ao guardá-los.
  • Cozinhar os alimentos numa temperatura segura, usando um termômetro próprio para cozinhar alimentos.
  • Refrigerar ou congelar alimentos perecíveis.
  • Descongelar os alimentos com segurança, não à temperatura ambiente.

Para crianças pequenas, gestantes, idosos e pessoas com sistema imunológico debilitado, recomenda-se ter cuidado redobrado, evitando:

  • Carnes e aves cruas ou mal passadas.
  • Peixe ou mariscos crus ou mal cozidos, incluindo ostras, mariscos, mexilhões e vieiras.
  • Ovos ou alimentos que possam conter riscos, como massa de biscoito cru ou mal cozida e sorvete caseiro mal cozido.
  • Brotos crus, como: alfafa, feijão, trevo ou rabanete brotos.
  • Sucos não-pasteurizados e sidras.
  • Leite e produtos lácteos não-pasteurizados.
  • Queijos macios (tais como feta, brie e camembert), queijo de pasta azul e queijo não pasteurizado.
  • Patês refrigerados.
  • Cachorros-quentes, carnes cozidas e frios.

Cuide-se quando for se alimentar, verifique sempre a procedência dos alimentos que você ingere! Aproveite e compartilhe este artigo para que mais pessoas sejam informadas!

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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