Antigamente chamadas de Glândulas de Tyson, as glândulas prepuciais são estruturas fisiológicas normais, o que significa que não devem ser entendidas como um problema estético ou uma doença.
Semelhantes às glândulas sebáceas, elas são objeto de pesquisas desde o século XVII e estão (supostamente) presentes na glande do pênis, o que é objeto de discussão até hoje.
Em alguns casos, no entanto, essas glândulas podem se tornar mais visíveis, desenvolvendo pequenas protuberâncias penianas conhecidas como pápulas perláceas.
Essas pápulas são inofensivas e não estão relacionadas a infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), mas podem levar algumas pessoas a sentir desconforto estético. Como muitas pessoas confundem as glândulas de Tyson com doenças, os pacientes podem relatar constrangimento recorrente, o que também pode afetar sua saúde mental.
Continue lendo o artigo para entender melhor o que são as glândulas prepuciais e o que fazer quando elas adquirem um aspecto indesejado.
Índice — Neste artigo, você irá encontrar:
As glândulas prepuciais foram descobertas por Edward Tyson, em 1699, quando ele estudava orangotangos. Entendidas como glândulas sebáceas modificadas, elas podem ser encontradas ao longo do sulco balanoprepucial, região peniana próxima à glande.
Durante décadas, foram realizados esforços para confirmar a existência dessas mesmas glândulas em seres humanos, mas as pesquisas não tiveram sucesso. Em 2006, no entanto, um estudo de caso provou imageticamente que as glândulas existem, podendo ser vistas a olho nu em alguns casos.
No artigo “Ectopic Modified Sebaceous Glands in Human Penis”, é apresentado o caso de um homem de 24 anos, que foi submetido a um tratamento cirúrgico para fimose. O tecido removido foi enviado para análise microscópica e as glândulas foram finalmente encontradas, mas não apenas isso.
O paciente em questão apresentava um caso em que as glândulas estavam dilatadas e cobertas por epitélio colunar, além de estarem preenchidas com secreções e detritos celulares. Essas características técnicas somadas são semelhantes às das células sebáceas, motivo pelo qual as “glândulas de Tyson” foram nomeadas como “glândulas sebáceas modificadas”.
Mesmo assim, pesquisas mais recentes ainda citam as glândulas prepuciais como apenas “supostamente existentes”.
As causas exatas do crescimento e da modificação dessas glândulas ainda não foram esclarecidas.
Algumas hipóteses apontam que fatores hormonais podem desempenhar um papel importante, sobretudo na puberdade, quando glândulas como as sebáceas podem ser mais intensamente afetadas.
No artigo “Tyson’s Glands: Non existant entity or a real one? The conundrum revisited”, de 2022, os pesquisadores se referem à “hiperplasia das glândulas sebáceas prepuciais”. Com isso, eles explicam que há um crescimento excessivo dessas glândulas, que pode levar ao aparecimento de lesões ou alterações como pequenos nódulos ou elevações, o que também não tem uma causa definida.
Geralmente, pacientes costumam procurar um urologista para avaliar a possibilidade de alguma doença quando notam pequenas bolinhas na base da glande. Elas não requerem tratamento médico, a menos que causem preocupação estética significativa ou ansiedade para o indivíduo.
É comum que as pápulas sejam confundidas com lesões causadas por ISTs como a infeccção por HPV. No entanto, alguns detalhes podem ajudar a diferenciar as condições:
As glândulas prepuciais estão localizadas na coroa da glande do pênis, nas proximidades do sulco balanoprepucial, e geralmente são múltiplas. Com aparência perlácea ou granular, elas são pequenas e não causam sintomas.
As lesões de HPV podem surgir em diversas áreas genitais e não apenas na glande. A infecção pode ser notada no corpo do pênis, no escroto, na região perianal e até mesmo no ânus.
Podendo ser únicas ou múltiplas, costumam se apresentar como verrugas genitais com aparência semelhante a uma couve-flor. Ao contrário das glândulas, o HPV causa sintomas como coceira, irritação, dor ou desconforto.
Como explicamos acima, essas glândulas não são uma doença e fazem parte da anatomia do pênis. Espremer, arranhar ou tentar remover as glândulas pode levar ao surgimento de lesões e infecção nessa região genital.
Se a intenção é remover as “bolinhas” das glândulas, o método também não é eficaz, uma vez que esse tecido epitelial pode se regenerar com o tempo, como acontece, por exemplo, com algumas verrugas.
Se você tiver preocupações estéticas ou se as glândulas de Tyson estiverem causando desconforto, o ideal é procurar um médico urologista, que poderá dar alternativas seguras para o tratamento estético.
Além da avaliação física, que pode ser realizada no consultório, o(a) médico(a) poderá solicitar a microscopia de superfície, um método de diagnóstico utilizado para examinar lesões e outras alterações na superfície da pele. Esse tipo de análise é útil para diferenciar estas de outras lesões superficiais, podendo indicar também a presença de hiperplasia das glândulas sebáceas prepuciais.
Embora ainda sejam comumente chamadas de Glândulas de Tyson, essa nomenclatura não é mais recomendada. Além de “glândulas prepuciais”, existem também sugestões para que sejam renomeadas como “papilomatose da coroa do pênis” ou “glândulas sebáceas ectópicas”.
As glândulas prepuciais são uma parte anatômica do pênis que continua sendo pesquisada devido à pouca literatura médica sobre o assunto. Descartadas as hipóteses de doenças, o único tratamento disponível é estético, quando as glândulas se tornam motivo de incômodo ou ansiedade.
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Tyson’s Glands: Non existant entity or a real one? The conundrum revisited — International Journal of Health Sciences.
Rafaela Sarturi Sitiniki
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