Saúde

Esplenomegalia (baço aumentado): o que é, causas, sintomas

Publicado em: 23/03/2018Última atualização: 02/10/2020
Publicado em: 23/03/2018Última atualização: 02/10/2020
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O que é esplenomegalia?

A esplenomegalia é o aumento no tamanho do volume ocupado pelo baço. O baço é um órgão que possui função de reservatório de sangue, além de limpar o sangue de glóbulos vermelhos velhos através de fagocitose. Ele também é parte importante do sistema linfático e é responsável pela produção de glóbulos brancos no corpo.Este órgão possui, normalmente, em torno de 200 mL de sangue, mas pode se expandir até comportar um litro inteiro ou se contrair até ter apenas 50 mL de sangue dentro de si. Seu tamanho em adultos costuma ser de 12 centímetros para mulheres e 13 centímetros para homens. Baços maiores do que isso estão em estado de esplenomegalia.Raramente a esplenomegalia apresenta sintomas, que só costumam aparecer quando a expansão é acentuada. Mesmo quando os sintomas se fazem presentes, eles não dão indicativo da causa do aumento.

Índice – neste artigo você encontrará as seguintes informações:

  1. O que é esplenomegalia?
  2. Causas
  3. Hiperesplenismo secundário a esplenomegalia
  4. Grupos e fatores de risco
  5. Sintomas
  6. Como é feito o diagnóstico?
  7. Esplenomegalia tem cura?
  8. Qual o tratamento?
  9. Medicamentos para esplenomegalia
  10. Prognóstico
  11. Complicações
  12. Como prevenir
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Causas

Diversas condições podem levar ao aumento do baço. Algumas delas são:

Infecções

Respostas imunitárias podem partir do baço, que pode inchar devido a isso. Infecções como a mononucleose causam esta resposta do órgão.

Aumento na destruição de hemácias

Algumas doenças como a esferocitose ou a talassemia maior podem causar aumento na destruição de glóbulos vermelhos. Esse aumento de atividade pode causar aumento no baço.

Doenças infiltrativas

Sarcoidose e certos tipos de neoplasias podem causar o aumento do órgão.

Neoplasias

Tumores podem causar o aumento do baço. O linfoma e a leucemia em especial são causas frequentes da esplenomegalia.

Doença de Chagas

A doença de Chagas causa inchaço no sistema linfático, incluindo o baço, que aumenta de tamanho.

Leishmaniose visceral

Esta doença, causada por um parasita, causa inchaço do fígado e do baço.

Doença de Gaucher

A doença de Gaucher é uma condição genética. O principal sintoma dela é o aumento severo no baço. Esta doença é um dos casos em que a condição apresenta sintomas como abdômen inchado.

Amiloidose

A amiloidose causa acúmulo de proteína amiloide nos órgãos e pode levar ao aumento do baço.

Hipertensão portal

Algumas doenças que causam o aumento do fígado por conta da pressão sanguínea são a cirrose hepática e o câncer de pâncreas. Ela tem o nome de hipertensão portal por ficar na porta veia porta.

Mielofibrose

A mielofibrose é caracterizada por uma alteração genética que provoca a fibrose (ou cicatrização) da medula óssea. A região é responsável pela produção de células sanguíneas e, por isso, quando a doença se manifesta, ocorrem alterações nas concentrações celulares (hemácias, leucócitos e plaquetas).O baço aumentado é um dos sintomas mais predominantes nos pacientes diagnosticados com mielofibrose, sendo que na maioria dos casos, o órgão ocupa toda a metade esquerda do abdômen e pode chegar à fossa ilíaca (osso da bacia).
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Hiperesplenismo secundário a esplenomegalia

Esta condição acontece em decorrência do aumento do baço. O hiperesplenismo é o aumento da atividade do baço.Quando ele cresce, sua capacidade de reter e armazenar células sanguíneas cresce junto. Isso significa que ele começa a reter mais eritrócitos, leucócitos e plaquetas, trabalho que ele já faz, mas em menor intensidade quando está em tamanho normal.A falta destas células na circulação pode levar a anemia (eritrócitos), leucopenia (leucócitos) e plaquetopenia (plaquetas).

Grupos e fatores de risco

Muitos distúrbios fazem com que o baço cresça. Porém, algumas pessoas possuem maiores chances de desenvolver a condição.

Alcoólatras

Devido a maior chance de desenvolver doenças hepáticas e cirrose hepática, alcoólatras estão no grupo de risco para o desenvolvimento de esplenomegalia.

Donos de gato

A doença da arranhadura do gato ou doença de Teeny é uma doença frequentemente benigna causada pela bactéria Bartonella hensela. A bactéria é transportada por gatos de rua ou filhotes e é comum.Pode ser transmitida para humanos através do arranhão e, depois da primeira infecção, o corpo costuma se tornar imune. Os sintomas, que podem incluir esplenomegalia, costumam desaparecer sem tratamento em menos de uma semana.

HIV positivo e outras condições de imunidade

HIV, lúpus e outras condições que reduzem a imunidade do paciente podem aumentar as chances de desenvolver a esplenomegalia.

Talassemia

A talassemia é um tipo de anemia que pode causar a esplenomegalia.

Linfoma e leucemia

Os dois tipos de tumores são causas frequentes do aumento do baço.

Doença de Gaucher

A doença de Gaucher é uma doença genética capaz de aumentar o baço do paciente.
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Sintomas

Os sintomas da esplenomegalia nem sempre estão presentes, mas existem casos em que eles aparecem. São os seguintes:

Soluços

O tamanho aumentado o baço pode influenciar o movimento do diafragma, causando soluços.

Aumento do volume abdominal

Quando o baço está bastante expandido é possível perceber aumento no volume do abdômen. Este sintoma é bastante perceptível na doença de Gaucher, que causa grande aumento do baço.

Fome reduzida

Devido ao volume do baço, ele pode deslocar o estômago, o que pode levar ao saciamento precoce. Ou seja, o paciente fica satisfeito com menos comida.

Dor na região do baço

Em casos de câncer e de esplenomegalias causadas por infecções é possível que haja dor na região do baço, chamada de hipocôndrio esquerdo. Fica logo abaixo das costelas. Esta dor pode ser acompanhada por febre. Em casos de dor muito forte, é possível que haja um infarto no baço.

Palidez

Devido ao hiperesplenismo, o paciente pode ficar pálido. Porém é mais comum perceber, através de exames de sangue, a falta das células sanguíneas que o baço retém.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico costuma pode ser feito através de diversos exames pelo médico clínico geral ou o hematologista. São eles:

Exame físico

Durante o exame físico, o médico procura por sinais de doenças no corpo do paciente. Através da palpação ele pode identificar o tamanho exacerbado do órgão. É importante, porém, que haja mais exames para confirmar o diagnóstico já que existem casos de baço acessório, uma variação anatômica que afeta aproximadamente 30% das pessoas, se apresenta como um pequeno nódulo no tecido do baço e é inofensivo.

Ultrassonografia

Através da ultrassonografia, é possível identificar alterações no tamanho dos órgãos.

Tomografia computadorizada (TC)

A tomografia computadorizada também pode identificar alterações no tamanho dos órgãos. Além disso, ela é utilizada para ajudar a encontrar as causas do aumento do baço.

Ressonância magnética (RM)

Da mesma maneira que a tomografia computadorizada, a ressonância magnética pode aprofundar o conhecimento sobre as causas do aumento do órgão. A vantagem da RM é que ela também mostra o fluxo sanguíneo através do baço, sendo capaz de identificar problemas como uma possível trombose.

Cintilografia

Utilizando material levemente radioativo, a cintilografia é capaz de identificar alterações nos órgãos e, no caso da esplenomegalia, é capaz de determinar se o baço está acumulando ou destruindo grandes quantidades de células sanguíneas.

Exames de sangue

Os exames de sangue podem ser utilizados para identificar diminuições de plaquetas, leucócitos e eritrócitos.

Esplenomegalia tem cura?

A cura da esplenomegalia está em curar ou tratar a condição que a causa. Em alguns casos, a remoção do baço pode ser necessária para evitar complicações como anemia grave, infarto esplênico e sepse.

Qual o tratamento?

Para haver a redução do baço, é necessário que a condição que causa este aumento seja tratada. O médico irá buscar eliminar a causa. Caso não seja possível ou caso o baço esteja fazendo muito estrago ao destruir muitas células sanguíneas causando anemia grave, a esplenectomia pode ser realizada.

Esplenectomia

Raramente a cirurgia de retirada do baço é realizada pois, apesar de ser possível viver sem o órgão, existem grandes riscos nisso, como a suscetibilidade a infecções graves, já que o baço é importante para o sistema imunológico. Porém, existem alguns casos em que a cirurgia é recomendada:
  • Em casos em que o baço está comprimindo outros órgãos e causando muita dor;
  • Quando partes do órgão sangram e morrem;
  • Quando o baço está destruindo células sanguíneas demais a ponto de deixar o corpo vulnerável a infecções.
Pacientes que realizam a esplenectomia devem ser vacinados contra infecções causadas por Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitidis e Haemophilus influenzae. Essa vacina deve ser repetida a cada 5 anos.Pode ser necessário o uso de antibióticos como penicilina e eritromicina de maneira preventiva logo após a cirurgia, pois nesse momento o paciente fica muito vulnerável a sepse.

Radioterapia

Em substituição a cirurgia, é possível realizar radioterapia, o que pode reduzir o tamanho do baço em algumas situações.

Medicamentos para esplenomegalia

Os medicamentos utilizados durante o tratamento da esplenomegalia são diferentes dependendo da causa do aumento. Porém, no caso de remoção cirúrgica do órgão, antibióticos podem ser necessários. São eles:

Atenção!

NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas neste site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.

Prognóstico

O prognóstico depende da condição que causou o aumento do baço, porém, na maioria dos casos, a redução do baço pode ser alcançada e não há sequelas.Nos casos em que a esplenectomia é necessária, o paciente precisará tomar cuidados especiais pois seu corpo será mais suscetível a infecções. A vacina deverá ser refeita uma vez a cada cinco anos e o paciente pode tomar antibióticos em doses baixas por toda a vida.

Complicações

Se ignorado, o baço aumentado pode causar sérios problemas.

Rompimento do órgão

Impactos na região abdominal em pacientes de esplenomegalia podem causar o rompimento do órgão, o que pode levar a hemorragia interna.

Necrose e infartos

Quando o órgão está grande demais, ele pode sangrar e morrer, além de sofrer infartos que levam à necrose do órgão. Devido ao sistema imunológico danificado por conta da condição do baço, isso pode evoluir para uma sepse (infecção generalizada).

Anemia

O paciente pode desenvolver anemia severa devido a retenção de plaquetas que o baço realiza, além de sofrer com dores fortes.

Não ignore!

Esplenomegalia não é uma condição que deve ser ignorada. Dor no baço pode acontecer durante exercícios físicos devido a respiração irregular, porém, em repouso, ela não deve aparecer. Se sentir dores no baço quando em repouso, procure um médico.

Como prevenir

Não é possível prevenir a esplenomegalia. A condição pode aparecer devido a inúmeras causas. Entretanto, alguns cuidados podem ser tomados para reduzir os riscos.

Não exagerar no álcool

Cuidar do fígado ajuda a evitar a esplenomegalia. A cirrose hepática é uma das causas da condição.

Fazer exames de check-up

Encontrar doenças que causem a esplenomegalia pode evitar que o órgão cresça já que a causa será tratada. Visite seu médico regularmente.
A esplenomegalia é uma condição que pode ser sinal de diversas doenças diferentes. Seus sintomas são raros e discretos. Normalmente tratar a causa resolve o problema, mas quando ignorado, o baço em tamanho elevado pode causar problemas sérios. Compartilhe este texto com seus amigos para que eles saibam mais sobre essa condição!
Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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