Remédios

O que é automedicação, causas e quais são as consequências?

Por Redação Minuto SaudávelPublicado em: 06/07/2017Última atualização: 24/06/2022
Por Redação Minuto Saudável
Publicado em: 06/07/2017Última atualização: 24/06/2022
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Seja por conta própria ou por indicação, o simples ato de tomar remédios sem recomendação médica pode ser mais prejudicial à saúde do que se imagina. Isso porque os perigos da automedicação vão além do agravamento da doença e o uso inadequado de medicamentos pode causar até mesmo a morte.

É bastante comum ter em casa um estoque de comprimidos e pílulas para amenizar sintomas diversos. Porém, o alívio dos sintomas após a automedicação nem sempre significa que houve um tratamento adequado e muito menos que o problema foi resolvido, pois a prática pode estar mascarando problemas mais sérios.

Entenda como o uso indevido de medicamentos pode afetar a saúde e saiba como se proteger dos perigos da automedicação!

O que é automedicação?

A automedicação se caracteriza pela prática de tomar remédios, sem a avaliação prévia de um profissional de saúde. Nessas situações, a pessoa tende a medicar-se por conta própria ou por indicação de amigos, familiares e conhecidos. Tal hábito geralmente está relacionado à intenção do paciente em aliviar algum sintoma.

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O que é o uso indiscriminado de medicamentos?

Apesar de possuir relação com a automedicação, o uso indiscriminado de medicamentos se refere a um conceito diferente. Essa prática diz respeito ao consumo excessivo e frequente de remédios, inclusive quando há prescrição médica. Nesses casos, é bastante comum que o paciente não respeite a dosagem recomendada, bem como os intervalos de uso.

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Automedicação no Brasil

O Brasil é recordista mundial em automedicação. De acordo com pesquisa de 2016 feita pelo Instituto de Ciência Tecnologia e Qualidade (ICTQ), 89% dos brasileiros se medicam por conta própria. Além do uso inadequado, muitos têm o hábito de aumentar as dosagens para obter alívio mais acelerado. Outro dado relevante mostra que 40% da população faz o autodiagnóstico por meio da internet.

Surpreendentemente, a edição anterior da mesma pesquisa, realizada em 2014, também apontou que quanto maior o grau de escolaridade, maior é a prática da automedicação pelos brasileiros. Já em relação ao gênero, os dados são bastante próximos: 76,7% dos homens e 75,1% das mulheres têm o hábito de se automedicar.

Uma das alternativas para auxiliar no combate ao uso indevido de medicamentos seria promover a venda fracionada. Isso favoreceria o acesso aos remédios, aumentaria as chances de adesão ao tratamento e, ainda mais importante, evitaria o desperdício. Atualmente, tal proposta está em análise no senado, por meio do projeto de lei nº 98/2017.

Casos de intoxicação

Em relação à intoxicação por uso de medicamentos, os números também podem ser bastante assustadores. De acordo com o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas, cerca de 30 mil casos de internação são registrados por ano no Brasil, sendo as crianças as maiores vítimas - menores de 5 anos de idade representam uma parcela de aproximadamente 35% dessa estatística.

Tipos de uso irracional de medicamentos

A automedicação é apenas um dos tipos de uso irracional de medicamentos. Dentre as outras formas estão a prescrição em desacordo com as normas clínicas e o uso incorreto, como:

  • Polimedicação, que é o uso abusivo de medicamentos;
  • Via de administração inadequada (injetável ao invés de oral);
  • Uso do medicamento como forma exclusiva de cura para doenças (medicalização);
  • Uso inadequado de antimicrobianos, tanto em doses incorretas quanto em infecções não-bacterianas.
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Causas da automedicação

A principal causa da automedicação talvez esteja relacionada a um aspecto cultural, em que tomar remédio por conta própria, sem a necessidade de ir até o médico, alivia a dor de imediato. No entanto, outras causas podem contribuir para essa prática:

  • Precariedade do sistema de saúde;
  • Dificuldade para marcar consultas médicas;
  • Variedade de produtos fabricados pela indústria farmacêutica;
  • Venda livre de medicamentos;
  • Livre acesso à informações sobre doenças por meio da internet.

Como funciona a venda de medicamentos?

Alguns tipos de medicamentos, mais especificamente os não tarjados, não exigem a prescrição médica, sendo comercializados livremente. Esses remédios são caracterizados pela baixa toxicidade e comumente são representados por substâncias que tratam sintomas de resfriados, azia, má digestão e dor de cabeça.

No caso de medicamentos tarjados, a prescrição é indispensável, uma vez que esses remédios apresentam possíveis efeitos colaterais graves. Além disso, alguns deles, como os antibióticos, obrigam a retenção da receita.

Vale destacar que os remédios de tarja preta e vermelha são os mais perigosos quando o assunto é intoxicação.

Por que ler a bula?

Quase metade dos brasileiros não têm o hábito de ler a bula e, quando leem, muitos não entendem o que as informações querem dizer. Isso pode ser um problema, especialmente em casos de automedicação.

É na bula que estão contidas as informações relevantes a respeito do medicamento: indicação, posologia, reações, precauções e interações medicamentosas. Por meio dela, o paciente tem acesso à todas as possibilidades de ocorrência do medicamento, podendo assim evitar possíveis complicações.

Para facilitar o acesso à informação, a Anvisa disponibiliza diversas bulas por meio de um bulário eletrônico. Além disso, na página de cada medicamento dentro do Consulta Remédios, a bula pode ser encontrada de maneira organizada e de fácil compreensão.

Em caso de qualquer dúvida, consulte um farmacêutico, lembrando que a presença desse profissional é obrigatória em qualquer farmácia.

Remédios mais utilizados na automedicação

Os líderes no ranking da automedicação são os anti-inflamatórios e analgésicos, especialmente aqueles que aliviam dores de cabeça e coluna. Na lista também estão remédios para combater sintomas da má digestão, gripes e resfriados.

Leia mais: O que Neosoro pode causar na gravidez?

Consequências: quais os principais riscos da automedicação?

Não é somente o fato de tomar o remédio sem recomendação médica que pode trazer riscos à saúde. Doses em excesso, administração inadequada e uso para fins não indicados também trazem consequências perigosas.

O principal problema está no fato da automedicação contribuir para a dificuldade e atraso no diagnóstico de determinadas doenças, agravando o problema.

Outros riscos relacionados são:

Interação medicamentosa

A combinação de medicamentos pode anular ou potencializar o efeito do outro. Por esse motivo, é tão importante ler as informações contidas no campo “interação medicamentosa”, presente na bula do remédio.

Resistência de microrganismos

O uso abusivo de antibióticos pode aumentar a resistência de microrganismos, comprometendo a eficácia do tratamento. Por esse motivo, hoje a venda desse tipo de medicamento só é permitida com a retenção da receita.

Intoxicação

Os analgésicos, anti-inflamatórios e antitérmicos são os maiores causadores de intoxicação pelo uso de medicamentos. O problema pode surgir quando há uma superdosagem na ingestão do remédio, resultando em reações alérgicas. Em quadros graves de intoxicação, pode haver a morte do paciente.

Nos casos de intoxicação infantil por uso de medicamentos, os riscos são ainda maiores em crianças com menos de seis anos de idade. O acúmulo da substância no organismo pode comprometer o funcionamento dos órgãos e gerar outras sequelas.

Dependência

O alívio imediato da dor após o uso de alguns medicamentos pode tornar-se um vício, fazendo com que o paciente não viva mais sem o remédio. O problema está no fato de que a ingestão recorrente pode fazer com que a substância não tenha mais efeito no organismo ao longo do tempo. Além disso, o abuso de medicamentos pode gerar complicações mais sérias à saúde.

Hipocondria e o vício em remédios

Pessoas viciadas em remédios e que apresentam preocupação excessiva relacionada à problemas de saúde podem ser hipocondríacas. Porém, somente o hábito de tomar medicamentos constantemente não caracteriza a hipocondria. O sintoma mais comum desse transtorno psicológico é o medo intenso e prolongado de possuir uma doença grave.

Portanto, é importante buscar ajuda médica em qualquer sinal de obsessão, seja relacionada à doenças ou ao uso de remédios.

Automedicação e Ministério da Saúde

A fim de incentivar a administração correta de remédios de acordo com as normas do SUS, o Ministério da Saúde instituiu o Comitê Nacional para a Promoção do Uso Racional de Medicamentos (CNPURM).

Segundo a Organização Mundial da Saúde, o conceito de uso racional refere-se a “quando os pacientes recebem os medicamentos apropriados à sua condição clínica, em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período de tempo adequado e ao menor custo possível para eles e sua comunidade.”


O uso indevido de medicamentos, até mesmo os de venda livre, pode trazer consequências ao organismo. Por isso, consultar um profissional de saúde e ler a bula é sempre a melhor opção em qualquer sinal de problema.

Compartilhe os riscos da automedicação para que essa prática seja cada vez menos comum!

Imagem do profissional Francielle Mathias
Este artigo foi escrito por:

Dra. Francielle Mathias

CRF/PR: 24612CompletarLeia mais artigos de Dra. Francielle
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