O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é um agente infeccioso bastante comum e que apresenta sintomas semelhantes aos de gripe e de COVID-19, podendo ser facilmente confundido com essas ou outras condições gripais.
Como raramente desenvolve quadros graves em adultos, não é incomum que pacientes recebam um diagnóstico menos específico, como o de uma simples “virose”, por exemplo. No entanto, em pacientes idosos, acamados e imunocomprometidos, a infecção pode se tornar grave.
Apesar disso, o Vírus Sincicial Respiratório está entre os principais causadores de infecção aguda respiratória, sobretudo em recém-nascidos e crianças de até 2 anos.
Pertencente ao gênero pneumovirus, o VSR se instala nas vias respiratórias, afetando principalmente brônquios e pulmões. Em casos de infecção mais intensa, pode causar condições como bronquiolite e pneumonia.
As doenças respiratórias são uma das principais responsáveis pelas consultas e internações pediátricas. No Brasil, o VSR é identificado como o agente causador de bronquiolite viral aguda (BVA) em uma faixa que varia de 31,9% a 64% dos casos.
Na Classificação Internacional de Doenças (CID 10), o vírus corresponde ao código B97.4. Desde que foi descoberto, em 1956, o VSR passou a ser reconhecido como uma das principais causas de doenças respiratórias virais na infância.
Confira o nosso artigo completo para reconhecer os sintomas e descobrir quais são os sinais de alerta, grupos de risco e tratamentos dos Vírus Sincicial Respiratório.
Índice — Neste artigo, você vai encontrar:
Assim como ocorre com infecções virais similares, o VSR pode ser transmitido pelas mucosas do nariz, dos olhos ou da boca. A contaminação, portanto, acontece geralmente pelo contato com essas secreções.
Quando a pessoa infectada tosse, espirra ou fala, gotículas repletas de vírus são espalhadas no ambiente. Desta forma, a contaminação pode acontecer por meio das partículas suspensas no ar e entram em contato com as nossas mucosas, principalmente por meio das vias respiratórias.
Esse cenário é potencialmente pior em ambientes pouco ventilados, que propiciam a propagação e proliferação do vírus.
Além disso, superfícies e objetos também podem ser contaminados, ampliando a propagação do vírus. Quando há transmissão por aerossóis, é possível que o VSR permaneça no ar por mais tempo, além de ter um amplo alcance (superior a 1 metro).
O período de incubação da doença é de 4 a 5 dias, o que significa dizer que o organismo infectado pode levar pelo menos 48 horas para começar a demonstrar os primeiros sintomas.
Altamente contagioso, o vírus pode ser transmitido desde seu período de incubação, processo que pode se estender até que a infecção seja controlada pelo organismo.
Contudo, esse fator prejudica o controle da disseminação da doença, principalmente porque a infecção por VSR pode ser assintomática. Nesses casos, justamente por não ter conhecimento da sua condição, a pessoa infectada pode não tomar as medidas necessárias, tornando-se uma transmissora silenciosa da doença.
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O Vírus Sincicial Respiratório tem um período de excreção viral entre 2 a 8 dias, fazendo com que o aparecimento dos sinais de infecção possam ser tardios.
A sintomatologia também varia com a idade e condições de saúde do indivíduo. Em adultos saudáveis, os sintomas costumam desaparecer sozinhos em 7 dias, embora o período possa se estender por até 14 dias. A progressão para casos mais graves está geralmente ligada a grupos de risco.
De modo geral, o VSR se manifesta de forma semelhante a um resfriado comum, com o paciente apresentando os seguintes sintomas:
Quando o organismo, por algum motivo, não consegue controlar o vírus sozinho, há um avanço da infecção pelo trato respiratório, afetando brônquios e, em alguns casos, chegando a atingir os pulmões de forma generalizada.
Outras condições também podem potencializar ou causar o agravamento dos sintomas do vírus sincicial respiratório. Alguns fatores estão diretamente ligados a potenciais agravamentos do quadro de infecção por VSR:
Por ser um vírus que se instala nas vias respiratórias, o tabagismo também está associado a casos mais graves de infecção, tornando os fumantes parte do grupo de risco.
Nos casos em que não houver uma melhora dentro do período esperado, é preciso ficar alerta. Além disso, um(a) médico(a) deverá ser consultado caso surja um ou mais dos seguintes sintomas:
A literatura médica também aponta que a infecção por VSR em crianças pode estar ligada ao desenvolvimento de asma na vida adulta.
Como geralmente o Vírus Sincicial Respiratório se manifesta como uma virose comum, o diagnóstico costuma ser realizado pela observância dos sintomas. A época do ano, que pode estar ligada a um aumento no número de casos, também pode ser um indicativo de qual é o vírus que está causando os sintomas.
Como se trata de uma doença sazonal, há uma maior incidência da doença em determinadas épocas do ano. O VSR costuma ser mais expressivo no inverno, com o aumento dos casos começando no fim do outono e tendendo a diminuir com o decorrer da primavera.
O diagnóstico médico poderá investigar também o avanço do vírus no organismo. A investigação de condições como bronquiolite viral aguda, por exemplo, revelaram o VSR como um dos principais responsáveis pelo aumento nas taxas de internações no primeiro ano de vida, sobretudo durante o inverno.
Nos casos mais graves, em que se torna necessária a determinação exata do agente infeccioso, poderão ser solicitadas amostras de sangue ou secreções das mucosas (nariz ou boca).
O tratamento para infecção por Vírus Sincicial Respiratório é o mesmo aplicado às viroses comuns, como a gripe. Nesses casos, os medicamentos não têm a função de eliminar o vírus ou curar a doença, atuando apenas no controle dos sintomas.
Geralmente, são recomendados remédios para o controle da febre, da dor e do mal-estar. Para esses sintomas, as drogas mais populares são aquelas que têm princípios ativos como paracetamol ou dipirona, que são analgésicos e antitérmicos, além do ibuprofeno, que também possui ação anti-inflamatória.
Apesar de essas duas substâncias serem Medicamentos Isentos de Prescrição (MIP) no Brasil, é importante lembrar que devemos evitar a automedicação, principalmente quando não há acompanhamento ou indicação de um profissional de saúde.
Nos casos em que o VSR causar insuficiência respiratória, poderá ser necessária a internação, além da utilização de procedimentos como ventilação mecânica e oxigenoterapia.
Mesmo nas manifestações mais leves da doença, é recomendado repouso e o consumo de bastante líquido. Essencial para manter o corpo hidratado, os líquidos (principalmente a água) ajudam a aliviar os sintomas de quadros virais e facilitam a eliminação de substâncias tóxicas para o organismo.
No caso de bebês e crianças pequenas, os responsáveis poderão realizar a sucção do excesso de muco nasal, que pode ser aliada à lavagem nasal com soro fisiológico.
Aprovado em 1980, a Ribavirina surgiu como um medicamento para o tratamento dos sintomas de VSR em crianças, sendo efetivo no combate ao vírus quando utilizado na sua forma inalatória. Hoje, sua aplicabilidade foi expandida, podendo ser usada no tratamento de diversas doenças virais.
A infecção tende a durar uma semana. Os primeiros sintomas do vírus podem surgir após 2 dias de incubação e é pouco comum que se estendam por muito mais que uma semana.
Após o surgimento, os sintomas podem atingir seu ápice por volta do quinto dia e normalmente começam a desaparecer por volta do sétimo dia.
Não, mas só por enquanto. A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um estudo que demonstra o intenso trabalho que está sendo desenvolvido nesse sentido, além de prever o surgimento da vacina em um futuro próximo.
O Vírus Sincicial Respiratório não tem imunidade permanente, o que significa que é possível ser infectado mais de uma vez pelo mesmo tipo de vírus. Quando há reincidência da doença, no entanto, os sintomas costumam ser mais leves devido aos anticorpos produzidos durante a primeira infecção.
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Por ser bastante comum, torna-se um pouco mais difícil controlar a transmissão do VSR, mas algumas medidas simples podem ajudar a evitar novas contaminações:
Diante dos riscos apresentados pelo VSR e na ausência de vacinas, um(a) pediatra poderá indicar injeções mensais de palivizumabe. Geralmente reservado para crianças com alto risco de contrair infecção, como, por exemplo, aquelas diagnosticadas doenças cardíacas ou pulmonares graves, assim como bebês prematuros).
O palivizumabe é um anticorpo monoclonal que age diretamente na proteína de fusão do Vírus Sincicial Respiratório, reduzindo expressivamente os casos de internação e de morbidade da doença.
Na Consulta Remédios, maior marketplace de farmácias do país, é possível comparar os preços e verificar quais farmácias próximas possuem o medicamento em estoque. Vale lembrar que o palivizumabe é vendido apenas com prescrição médica!
O Vírus Sincicial Respiratório não costuma causar complicações e a pessoa contaminada pode passar pelo ciclo da doença apresentando apenas sintomas leves. Lembre-se de consultar um profissional de saúde caso surjam sintomas que indiquem o agravamento da infecção.
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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