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Vacinas contra Covid-19: eficácia, ação, efeitos colaterais

Por Redação Minuto SaudávelPublicado em: 03/07/2021Última atualização: 07/01/2022
Por Redação Minuto Saudável
Publicado em: 03/07/2021Última atualização: 07/01/2022
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Ao longo das últimas décadas, cientistas têm se dedicado a buscar medicamentos e vacinas que possam curar doenças, sendo que muitas ainda não têm solução. No entanto, nenhuma delas foi desenvolvida de maneira tão rápida, com eficácia e segurança comprovadas, quanto as vacinas contra a Covid-19. 

Até então, o “recorde” de produção de uma vacina era do sarampo, que levou 10 anos entre a identificação do agente biológico e ser licenciada, nos Estados Unidos.

Mas então, se o processo costuma ser tão longo como é que em cerca de um ano já foram criadas e liberadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) tantas vacinas contra Covid, além das que estão em fase de testes e logo devem somar ainda mais nessa quantia?

Isso só foi possível graças a uma grande força-tarefa de pesquisadores, grandes farmacêuticas, organizações, profissionais da Saúde e governanças do mundo todo (formando a Covax Facility). Com o compartilhamento de dados e altos investimentos de recursos humanos e financeiros. 

Tudo isso para controlar a pandemia e evitar que o coronavírus fizesse ainda mais vítimas fatais.

No entanto, por ter sido desenvolvida tão rapidamente e pela grande quantidade de notícias falsas circulando, ainda há pessoas que têm medo ou desacreditam da eficácia da vacina, se recusando a receber uma ou outra e contribuindo assim para que a pandemia continue.

Este artigo serve como um guia para esclarecer quais são as vacinas contra a Covid-19, como elas agem, quais os possíveis efeitos colaterais e seus graus de eficácia. 

Mas vale frisar que tomar o imunizante é fundamental para proteger a sua saúde e a de todas as pessoas com quem você convive. Lembre-se que a melhor vacina é aquela que estiver disponível. 

Índice - Neste artigo, você vai encontrar:

  1. Quais são as vacinas contra a Covid-19 e seus efeitos colaterais mais comuns?
  2. Quem pode tomar a vacina contra a Covid-19?
  3. Quando devo me preocupar com a reação à vacina contra a Covid-19?
  4. Vacinação no Brasil e no mundo
  5. Por que não devo recusar uma vacina contra a Covid-19?

Quais são as vacinas contra a Covid-19 e seus efeitos colaterais mais comuns?

Atualmente, segundo dados do Vaccine tracker (iniciativa do Milken Institute), em julho de 2021, havia 16 vacinas contra a Covid-19 sendo utilizadas no mundo todo, além de 260 em desenvolvimento (sendo que 83 delas estão em fase de testes clínicos). Agora em setembro, já são 20 vacinas em uso mundialmente.

Muitas das vacinas que estão sendo aplicadas são voltadas para um grupo ou país específicos, por isso só temos ouvido falar mais sobre 6 delas. Mas tem se discutido muito sobre qual é a melhor delas, levando-se em conta a taxa de eficácia, segurança e os efeitos colaterais que elas podem causar. 

Entre os efeitos colaterais comuns das vacinas podemos listar: dor e vermelhidão no local da aplicação, fadiga, febre e dor de cabeça. Entretanto, são quadros leves a moderados que passam em poucos dias e qualquer efeito adverso ainda é menos prejudicial do que a doença.

Por isso, confira quais são algumas das vacinas que estão sendo aplicadas mundialmente e as principais características de cada uma: 

AstraZeneca | Oxford | Fiocruz

Criada em uma parceria entre o grupo farmacêutico AstraZeneca e a Universidade de Oxford (ambas do Reino Unido), foi a terceira vacina a ser aprovada para aplicação no mundo e está entre as que mais foram aplicadas até agora. 

Funciona por meio do vetor viral não replicante, em que se manipula geneticamente um vírus enfraquecido de resfriado (adenovírus) com a proteína presente no Sars-Cov-2 (coronavírus). Quando aplicado no organismo, o corpo desenvolve resposta imunológica às células do coronavírus.

Por meio de parcerias em 15 países (inclusive o Brasil, por meio da Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz), ampliou sua produção em massa. Sendo aprovada hoje em 80 países, com o aumento das quantidades aplicadas, começaram a aumentar também relatos de reações adversas.

Temporariamente, a vacinação com a AstraZenceca chegou a ser suspensa no mês de março em alguns países da União Europeia para verificação da relação com o aumento de casos de tromboembolismo (formação de coágulos que prejudicam a circulação do sangue pelo corpo).

No entanto, a Organização Mundial da Saúde reafirmou que não há relação da trombofilia ou trombose com a vacina e confirmou a segurança da AstraZeneca. 

Com uma eficácia comprovada de 63%, de acordo com a OMS (porcentagem que pode ser maior de acordo com a faixa etária e condições de saúde da pessoa imunizada), devem ser aplicadas duas doses com intervalo de 2 a 3 meses entre cada uma. 

Pfizer | BioNTech

A queridinha do momento é ela, a Pfizer, primeira vacina a ser autorizada no mundo, com registros permanentes e uso emergencial aprovado em diversos países. 

Foi desenvolvida pela farmacêutica Pfizer (Estados Unidos) em parceria com o laboratório alemão BioNTech e funciona por meio do RNA mensageiro (mRNA). 

Diferentemente das vacinas que inserem vírus enfraquecidos ou modificados (ativos ou inativos) para que as células de defesa criem resposta ao vírus “real”, a  da Pfizer e de outras que utilizam o mRNA, funcionam  como se a vacina ensinasse, por código genético, o corpo a ter essa defesa. 

Por isso, podem acontecer efeitos colaterais, mas as reações são menos frequentes, já que não há “ataque” a um vírus no organismo. 

Atualmente, a eficácia da Pfizer é de 95% e são necessárias duas doses em um intervalo de três semanas a três meses.

Coronavac (Sinovac) | Butantan

A Coronavac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, está presente em mais de 30 países. Aqui no Brasil, atua em parceria com o Instituto Butantan (com aprovação para uso emergencial), funcionando com o uso do vírus inativado do Sars-Cov-2.

Em síntese, esse processo consiste na modificação do vírus para que ele deixe de transmitir a doença (inativo) e são acrescentadas substâncias que estimulem a criação de anticorpos no organismo. 

Segundo o Instituto, a eficácia varia de acordo com a intensidade da doença, sendo de 100% para quadros graves, 78% para casos leves e 50,38% para casos muito leves. 

Ou seja, mesmo que a pessoa seja infectada com o vírus, não deve desenvolver sintomas mais fortes que necessitem de internação ou tratamento mais intenso. 

São necessárias duas doses, com intervalo de 2 a 4 semanas entre cada uma delas.

Janssen | Johnson & Johnson

Um grande diferencial da vacina Janssen da Johnson & Johnson é o fato dela ser aplicada em dose única. Funciona pela mesma base da AstraZeneca: vetor viral não-replicante. 

Já está sendo utilizada em diversos países e em junho chegou o primeiro lote da Janssen para aplicação no Brasil, após aprovação do seu uso emergencial. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a eficácia da Janssen é de “85,4% contra doenças graves, 93,1% contra internação e 66,9% contra infecção sintomática moderada e grave do SARS-CoV-2”.

Vacina Janssen, de dose única

Moderna

Também uma das primeiras a ser aprovada, desenvolvida pela empresa Moderna em parceria com outros grupos dos Estados Unidos, é similar à da Pfizer e funciona por meio do RNA mensageiro. 

Sua aplicação teve início nos Estados Unidos em dezembro de 2020, mas hoje já está em diversos países. Sendo que possui uma eficácia de 94,1% e está sendo aplicada também em adolescentes de 12 a 17 anos. E tem como vantagem o armazenamento mais fácil do que o da Pfizer.

Recomenda-se que o intervalo entre a primeira e a segunda dose seja, em média, de um mês.

Sputnik V

A vacina russa, do Instituto de Pesquisa Gamaleya, já possui aprovação em mais de 40 países e funciona por meio de vetor viral não replicante. Assim como a da AstraZeneca.

A Sputnik foi a primeira vacina lançada no mundo, mas devido a alguns problemas de transparência nos dados, demorou um pouco mais para começar a ser autorizada para aplicação. 

Com 91% de eficácia para casos leves e moderados e 100% para casos graves, são recomendadas duas doses com intervalo de até três meses. A vacina deve chegar ao Brasil em breve, assim como a Covaxin. 

Covaxin

Desenvolvida pela Bharat Biotech, a vacina indiana Covaxin, que funciona com base no vírus inativado, também consiste na aplicação de duas doses, mas com intervalo de 28 dias. Sendo que já está em diversos países.

Segundo a fabricante, “a eficácia da vacina é de 78% contra a forma leve e moderada e de 100% para casos graves”.

As vacinas chinesas

16 vacinas estão em uso no mundo todo, sendo que algumas são bem específicas. Por exemplo, a Convidecia, desenvolvida na China para uso em vilas militares, que hoje já está presente em outros 5 países. 

Vale lembrar que a pandemia teve início na China, por isso o país é um dos principais envolvidos na produção de vacinas contra a Covid-19! Portanto desmerecer as vacinas de origem chinesa (assim como a Coronavac) não tem embasamento científico algum.

Também chinesa, a Sinopharm está presente em diversos países já e tem eficácia de 79%, sendo que o intervalo entre suas doses deve ser entre 3 e 4 semanas.

Ainda na China e no Uzbequistão, foi aprovado o uso emergencial de uma vacina com proteína recombinante adjuvante, que aumenta a produção de anticorpos para o vírus. 

E as outras vacinas contra a Covid-19?

Além da Sputnik V, a Rússia também registrou a EPIVACCORONA, vacina com subunidade proteica (modificação genética que estimula a produção de antígenos contra células do vírus) que está sendo aplicada em grupos específicos. Além da  Covivac, com vírus inativo.

Também registrando e finalizando testes com aplicações, Cuba registrou duas vacinas para sua vacinação em massa. Ambas de subunidade proteica, a primeira desenvolvida pelo Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB) e a outra pelo Instituto Finlay de Vacunas. 

No Cazaquistão, está em uso emergencial a QAZCOVID-IN®, desenvolvida no próprio país e que tem como base o vírus inativado da doença.

Além dessas, estão em desenvolvimento mais de 200 vacinas (algumas já nas últimas etapas) com o vírus inativado, com o vírus atenuado vivo, por meio de subunidade proteica, baseado em DNA, com partículas semelhantes aos vírus, entre outras formas.

Vale reforçar que nesse momento inicial, o mais importante é vacinar a maior parte da população mundial o quanto antes para diminuir o número de quadros graves e mortes, além de evitar que novas variantes surjam. 

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Quem pode tomar a vacina contra a Covid-19?

Desde que não tenha nenhum impeditivo médico ou alergia a algum dos compostos presentes, todas as pessoas acima de 18 anos devem tomar alguma vacina contra a Covid-19. 

Prioritariamente, o grupo de risco deve se vacinar antes da população geral, são as pessoas mais expostas ao contato com o vírus (profissionais da saúde), idosos e aqueles (as) com comorbidades. Na sequência, entram profissionais da educação e do transporte. 

Ainda não há estudos suficientes para garantir a segurança da vacina em gestantes e crianças menores de 12 anos, por isso, em alguns lugares, esses grupos ainda não estão contemplados na vacinação. Além disso, estão sendo feitos testes para a população de 12 a 17 anos. 

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Quando devo me preocupar ao ter reação à vacina contra a Covid-19

É comum termos algumas reações às vacinas (mesmo aquelas do calendário básico de vacinação, que tomamos desde criança e já erradicaram doenças fatais no mundo todo). Mas, geralmente, esses efeitos colaterais são passageiros e leves. 

Ao tomar uma vacina com compostos que nunca teve contato antes, é recomendável que aguarde no estabelecimento de saúde por cerca de 15 minutos para garantir que não há reação alérgica grave. 

Após esse período, se sintomas como vermelhidão, dores de cabeça, musculares ou no local, febre, fadiga, náusea, diarreia, entre outros surgirem de maneira leve, é recomendado que aguarde até três dias antes de procurar atendimento médico. 

Isso porque a tendência é que os sintomas passem sozinhos. No entanto, você deve procurar atendimento caso os sintomas se manifestem de maneira grave ou moderada, ou ainda caso persistam por mais dias. 

Vacinação no Brasil e no mundo

Desde que esse novo agente da família coronavírus começou a circular, já são mais de 225 milhões de casos confirmados da Covid-19. No Brasil esse número passa de 21 milhões, com mais de 4,6 milhões de mortes no mundo todo. Diariamente, são registrados em média mais 535 mil novos casos no mundo e 8.816 mortes.

Países que conseguiram uma boa vacinação de sua população estão em constante queda de casos e mortes. Por isso, as vacinas são tão importantes, elas salvam vidas.

Vacinas no Brasil e no mundo

No Brasil, a vacinação* teve início em janeiro e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já emitiu registros permanentes para as vacinas da Pfizer/BioNTech e da AstraZeneca/Oxford e aprovação de uso emergencial para a Coronavac e a Janssen. Além disso, estão em estudos na fase final para a liberação a Covaxin e a Sputnik-V.

Contudo, as mais aplicadas foram a Astrazeneca com 44,6% (91,1 mi), a do Butantan: Coronavac/Sinovac com 33,4% (68,27 mi), seguida pela da Pfizer com 19,8% (40,54 mi) e a da Janssen com 2,2% (4,52 mi de doses aplicadas). 

Com a chegada das doses da Janssen, o Brasil agora conta com quatro imunizantes disponíveis para aplicação. Até agora, foram quase 215 milhões de doses aplicadas, com aproximadamente 75 milhões de pessoas totalmente imunizadas (duas doses ou dose única).

Mas quando consideramos a população que deve receber a vacina, número acima dos 160 milhões de pessoas, ainda há muito o que avançar. 

*dados atualizados em 16 de setembro de 2021, para informações mais atuais, consulte as fontes ao final deste texto.

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Por que não devo recusar uma vacina contra a Covid-19?

Recentemente o termo “sommelier de vacina” ganhou força para falar sobre as pessoas que se recusam a tomar a vacina de determinada fabricante. Mas profissionais de saúde do mundo todo orientam que esse movimento seletivo de vacina X ou Y pode atrasar o fim da pandemia. 

Ou seja, quando sua hora de se vacinar chegar, vacine-se! Pois somente a imunização coletiva vai poder contribuir para que a pandemia chegue ao fim e, quanto antes tomarmos a vacina, mais rápido poderemos voltar a uma vida “normal”. 


Mesmo depois de tomar a vacina, é necessário manter o uso de máscaras e álcool 70%, além do distanciamento social e demais protocolos preventivos. Isso porque ainda há mais da metade da população que não foi imunizada e o vírus segue circulando. 

Além disso, a eficácia das vacinas só se inicia após a segunda dose, respeitando o intervalo recomendado pelo profissional da saúde. Não se descuide e cuide assim de todos à sua volta. 

Aqui no Minuto Saudável você se informa com conteúdos de saúde e bem-estar que facilitam sua vida, acompanhe.  

Fontes consultadas:

Imagem do profissional Giovanna Sapienza
Este artigo foi escrito por:

Esp. Giovanna Sapienza

CRM/SP: 156795CompletarLeia mais artigos de Esp. Giovanna
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