O tratamento por meio da trombectomia mecânica surge como uma opção em situações graves de AVC, destacando-se pelos impactos positivos que proporciona na gestão clínica desses casos.
Este procedimento não apenas demonstra ser seguro mas também apresenta resultados que evidenciam seu benefício substancial, particularmente quando consideramos a realidade do Sistema Único de Saúde (SUS).
Ao ser empregada em pacientes que enfrentam quadros graves de AVC isquêmico, a trombectomia mecânica revela uma redução significativa nas taxas de mortalidade e no tempo de internação.
Além disso, a intervenção cirúrgica oferece maiores chances de uma recuperação eficaz no período pós-AVC, representando assim um avanço considerável no tratamento dessa condição.
Estudos recentes ressaltam a efetividade da trombectomia mecânica ao compará-la com a trombólise endovenosa, indicando que 46% dos pacientes submetidos a essa nova técnica alcançaram independência funcional após três meses de tratamento.
Em dezembro de 2021, a Comissão Nacional de Incorporação de Novas Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC) aprovou a incorporação da trombectomia mecânica como uma técnica validada.
Até essa data, a única opção de terapia clínica disponível na rede pública era a trombólise, porém, essa alternativa nem sempre se mostrava eficaz em casos mais graves.
A aprovação pela CONITEC marca um marco significativo na oferta de tratamentos para AVC no contexto do SUS. Acompanhe o texto para saber mais sobre essa técnica!
Índice:
A trombectomia mecânica é um procedimento cirúrgico inovador, desenhado para desobstruir e restaurar o fluxo sanguíneo arterial cerebral.
Essa técnica é feita através de cateteres habilmente direcionados para conduzir um dispositivo especial até o vaso sanguíneo comprometido pela obstrução decorrente de coágulos.
Até o momento, a trombectomia mecânica não se configura como a abordagem padrão para todos os casos de AVC isquêmico. Ela é recomendada de forma seletiva, sendo especialmente indicada nos cenários em que há oclusão de uma grande artéria cerebral.
Nesses casos específicos, a intervenção visa a remoção precisa do coágulo, vislumbrando a restauração imediata do fluxo sanguíneo.
O procedimento de trombectomia mecânica é atualmente uma parte integrante dos tratamentos de reperfusão, importantíssimo nas fases agudas do AVC isquêmico, mais especificamente nas primeiras horas após o surgimento dos sintomas.
Nesse contexto, a rapidez na condução do paciente para um hospital adequadamente equipado, dotado de recursos como tomografia e equipes especializadas em neurologia e rádio intervenção, torna-se essencial.
Diversos critérios são considerados para a inclusão do tratamento endovascular, sendo essenciais para determinar a viabilidade e eficácia da trombectomia mecânica.
Tais critérios abrangem a idade do paciente, estabelecendo que este seja maior ou igual a 18 anos, o tempo decorrido desde o início dos sintomas, limitado a até 8 horas.
A presença de oclusão da artéria carótida interna até o segmento proximal da artéria cerebral média (ACM) é outro elemento determinante para a indicação da trombectomia mecânica.
O Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCi) é uma síndrome caracterizada por um déficit neurológico focal agudo, resultante de um distúrbio vascular que compromete o tecido encefálico. Existem dois tipos principais de AVC: o isquêmico e o hemorrágico.
O AVCi (isquêmico) ocorre quando há interrupção do fluxo sanguíneo em um vaso cerebral, levando à isquemia na área irrigada por esse vaso específico. Esta forma de AVC é mais prevalente, respondendo por até 85% de todos os casos.
A obstrução vascular no AVC isquêmico reduz a perfusão e o fornecimento de nutrientes, resultando em hipóxia e, por conseguinte, na morte celular. O tratamento visa restaurar a circulação sanguínea, recanalizando o vaso obstruído.
Em contrapartida, o AVC hemorrágico geralmente se origina de uma lesão no vaso cerebral, como aneurisma, hipertensão ou malformação arteriovenosa cerebral.
Esta forma apresenta uma taxa de mortalidade mais elevada em comparação ao AVC isquêmico, devido à gravidade da lesão e à perda de sangue intracerebral.
No Brasil, em 2020, foram registradas 22.100 hospitalizações e 3.388 óbitos decorrentes do AVCi. A taxa de mortalidade atingiu 15,33%.
A incorporação de procedimentos, como a trombectomia mecânica, ao tratamento do paciente pode proporcionar uma melhoria significativa na qualidade de vida, promover maior independência e reduzir a deterioração neurológica.
Leia mais: AVC Isquêmico e Hemorrágico: o que é, causas e sequelas
Atualmente, a recomendação para a realização da trombectomia se estende a situações em que o paciente é atendido dentro de um intervalo de até oito horas após o início dos sintomas do AVC isquêmico.
Lembrando que esta abordagem cirúrgica visa restaurar o fluxo sanguíneo cerebral comprometido, então o tempo é um fator decisivo. Extremamente crítico para otimizar a eficácia do procedimento, aproveitando a janela de oportunidade para intervir e minimizar o impacto do evento vascular cerebral.
Geralmente, a duração da cirurgia gira em torno de 30 minutos. No entanto, por conta da complexidade da cirurgia e que cada caso é um caso e as particularidades anatômicas do paciente podem influenciar significativamente o tempo necessário para a realização da trombectomia.
O processo da trombectomia mecânica inicia-se com uma incisão na região da virilha, onde o cirurgião habilmente emprega cateteres para guiar um dispositivo até o vaso sanguíneo acometido pela obstrução provocada pelo coágulo.
Os dispositivos utilizados durante o procedimento incluem um stent autoexpansível removível, que se integra ao coágulo, facilitando sua extração, e um sistema de aspiração que efetua a remoção do coágulo, desobstruindo a artéria.
Para a precisa manobra do cateter até o local exato, o cirurgião emprega um raio-X especializado para monitorar a posição do cateter em tempo real.
A seleção dos critérios clínicos para a realização do procedimento baseia-se em desequilíbrios identificados através de exames de imagem ou à avaliação do déficit neurológico por meio da escala de comprometimento ocasionado pelo AVC.
Essa técnica cirúrgica é recente e se tornou uma ferramenta essencial na restauração da função cerebral comprometida, destacando-se como uma intervenção precisa e eficaz para casos selecionados, resultando em potenciais melhorias significativas na recuperação da pessoa acometida.
Segundo a Rede Nacional de Pesquisa em AVC, ligada à Coordenação de Pesquisa e Inovação da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, a trombectomia mecânica não apresenta riscos adicionais em comparação com outros tratamentos convencionais.
Além disso, ressalta-se que esse procedimento oferece benefícios suplementares, especialmente no que diz respeito à eficácia do tratamento em pacientes que enfrentam um quadro de AVC isquêmico agudo.
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) se trata de uma doença com alto potencial de mortalidade e preocupante no que se diz respeito ao risco de incapacitação funcional. Os AVCs de origem isquêmica ocupam uma parcela significativa, beneficiando-se de diversas opções de tratamento.
Nesse cenário, observa-se um ato focado no aprimoramento tecnológico voltado para a utilização da trombectomia mecânica em casos de AVC isquêmico.
O tratamento específico para acidente vascular cerebral (AVC) pode abranger uma variedade de abordagens terapêuticas, incluindo o uso de medicamentos projetados para dissolver coágulos sanguíneos, como trombolíticos, e fármacos destinados a diminuir a propensão à coagulação sanguínea, como antiagregantes plaquetários e anticoagulantes.
Porém, quando se trata de tratamentos cirúrgicos para casos de AVC isquêmico, a trombectomia mecânica é a escolha principal atualmente.
Nesse procedimento, os coágulos sanguíneos são fisicamente removidos das artérias, buscando restaurar o fluxo sanguíneo e reduzir os danos causados pela isquemia cerebral.
A combinação de estratégias terapêuticas, adaptadas às necessidades específicas de cada paciente, contribui para um tratamento abrangente e otimizado, visando melhorar os resultados clínicos e promover a recuperação funcional após um episódio de AVC.
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Kayo Vinicius Ferreira Forte
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