A ansiedade pode trazer diversos impactos negativos à rotina de quem sofre com ela. Apesar de, algumas vezes, ser um caso pontual (decorrente do estresse do trabalho ou estudos, por exemplo), é sempre preciso saber a hora de buscar tratamento.
No entanto, muitas pessoas resistem em procurar ajuda, e isso se deve ao fato de não saber exatamente quando é preciso fazer tratamento. Mas o Minuto Saudável traz informações para ajudar:
Índice — neste artigo você vai encontrar:
- Quando a ansiedade é preocupante?
- É possível ter crise de ansiedade todos os dias?
- Quando é preciso tratar a ansiedade?
- O que acontece se não tratar a ansiedade?
- Quanto tempo dura o tratamento para ansiedade?
Quando a ansiedade é preocupante?
A ansiedade é uma reação completamente natural do corpo humano. Contudo, em alguns momentos, ela pode representar um problema grave, prejudicando significativamente o dia a dia do indivíduo.
Quando passa a limitar a vida de uma pessoa, ela pode ser considerada preocupante. Limitar, nesse sentido, significa trazer prejuízos que não existiriam caso a pessoa não tivesse crises de ansiedade, ou seja, quando ela passa a prejudicar atividades da rotina.
Se, durante o trabalho, a pessoa tem uma crise de ansiedade que atrapalha seu desempenho, pode-se considerar uma limitação.
Frequentemente, pessoas com transtornos de ansiedade apresentam crises mesmo em situações que não são riscos reais, como durante ao trabalho, no meio de um almoço em família, entre outras situações que deveriam ser consideradas seguras ou, ao menos, não ameaçadoras.
Com isso, tais atividades são afetadas, podendo resultar em prejuízos significativos na carreira, nos estudos, nas relações interpessoais, entre outras. Quando isso ocorre, é um grande sinal de alerta de que a ansiedade é preocupante.
É possível ter crise de ansiedade todos os dias?
Sim, é possível ter crises todos os dias, e ainda é possível ter mais de uma crise por dia.
Pessoas com casos graves de transtornos de ansiedade podem ter ataques de pânico com frequência, o que causa prejuízos significativos no seu funcionamento diário.
Frequentemente, pessoas que têm crises de ansiedade com tanta frequência sofrem de um transtorno chamado Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), o que significa que não são identificados gatilhos específicos.
Em geral, pessoas com ansiedade têm situações gatilho, ou seja, situações propensas a causar crises de ansiedade. No caso da ansiedade generalizada, não existem situações específicas que desencadeiam a resposta ansiosa, e a pessoa fica assim repentinamente.
Existem também pessoas com transtorno de pânico com agorafobia, que consiste na presença de crises de pânico e um medo constante de ter mais crises, o que por sua vez aumenta a tensão e desencadeia uma nova crise.
Trata-se de um transtorno no qual o medo retroalimenta o quadro, fazendo com que a pessoa sofra com ele com muita frequência.
Quando é preciso tratar a ansiedade?
É preciso tratar a ansiedade quando ela se torna debilitante e prejudica os afazeres do dia a dia.
Crises de ansiedade em momentos aparentemente aleatórios são um sinal de que há problemas na regulação da ansiedade e, portanto, a pessoa precisa buscar tratamento.
Um outro sinal de que a ansiedade é grave e precisa ser tratada é o comportamento de esquiva, que consiste em evitar situações específicas para fugir da possibilidade de ter uma crise de ansiedade.
Neste sentido, se uma pessoa percebe que ir em festas é um potencial gatilho para uma crise de ansiedade, ela passa a recusar todos os convites de amigos e não frequenta mais festas com o único propósito de evitar crises de ansiedade.
A pessoa passa a esquivar de atividades comuns, porém isso traz consigo prejuízos, tendo em vista que perde oportunidades. No caso das festas, perde-se a oportunidade de se divertir, de conhecer pessoas novas, entre outros.
O comportamento de esquiva também pode surgir em outros contextos, como no trabalho (o que prejudica a vida profissional), nos estudos, nas relações interpessoais, entre outras.
O que acontece se não tratar a ansiedade?
Além dos prejuízos na vida social, profissional e acadêmica, a ansiedade não tratada ainda pode evoluir para quadros ainda mais graves.
Crises de ansiedade podem se tornar crises de pânico, que são mais intensas e trazem consigo uma sensação de que a vida está em perigo. Frequentemente, pessoas com crise de pânico confundem os sintomas e vão para o hospital, acreditando estar no limite entre a vida e a morte.
Esse quadro é caracterizado por palpitações, sudorese, medo de perder o controle, medo da morte, formigamento das extremidades (pés, mãos), tremores, dificuldade para respirar, náusea, dores no peito e no abdômen, dor de cabeça, tontura, entre outros.
Um ataque de pânico é sempre uma experiência bastante desagradável e é comum que quem vivencia um tema a possibilidade de passar por outro.
Isso acaba levando ao desenvolvimento de um quadro chamado transtorno do pânico com agorafobia, no qual o medo de ter novos ataques de pânico acabam levando a novas crises.
Quando chega a esse ponto, geralmente a pessoa fica bem debilitada, sem conseguir levar uma vida funcional (trabalhar, estudar, se relacionar etc.). A busca por um tratamento é urgente, a fim de evitar consequências como ideação suicida e tentativas de suicídio de fato.
Quanto tempo dura o tratamento para ansiedade?
O tempo de tratamento da ansiedade depende muito da resposta do(a) paciente, bem como o tratamento escolhido.
Casos mais leves podem ser tratados apenas com psicoterapia, na qual o paciente aprende técnicas para lidar com as crises ansiosas, bem como aprende a lidar com os gatilhos que desencadeiam a ansiedade.
Com o tratamento, é possível também ressignificar as situações que causam ansiedade, fazendo com que não sejam mais ansiogênicas.
Nesses casos, o tempo de tratamento depende da abordagem escolhida. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma das abordagens mais eficazes e que mostra resultados em pouco tempo, sendo que grande parte dos pacientes já apresentam melhoras em algumas semanas.
O tratamento em outras abordagens, como a psicanálise ou gestalt-terapia, por exemplo, pode demorar um pouco mais, mas no fim tudo depende da maneira que o paciente responde à terapia, bem como a relação entre paciente e terapeuta, que é de suma importância para uma terapia eficaz.
Em casos mais graves, é necessário o uso de medicação junto com a psicoterapia. De forma geral, são receitados medicamentos ansiolíticos e antidepressivos, que podem demorar cerca de 2 semanas para surtir efeito.
O tratamento medicamentoso tende a durar alguns anos, em média 2 anos, mas sempre depende da resposta do paciente.
É possível também que o(a) paciente inicie o tratamento com uma medicação, apresente melhoras por um tempo, mas depois precise reajustar os remédios e as doses porque para de responder ao tratamento.
Isso não quer dizer que o tratamento é ineficaz, apenas indica que o cérebro está tentando se equilibrar.
Saber quando é preciso tratar a ansiedade pode evitar problemas e agravos relacionados à saúde mental. Mas nem sempre é fácil saber que momento é esse.
Por isso, o Minuto Saudável traz dicas de bem-estar e saúde mental!