O hospital é um lugar de cura, mas ele pode contribuir para o adoecimento psíquico. É neste contexto que trabalham os psicólogos hospitalares, profissionais da saúde mental que auxiliam pacientes, médicos(as) e enfermeiros(as) a manter certa estabilidade emocional para promover a cura.
Quer entender mais? Confira o texto abaixo!
Índice — neste artigo você vai encontrar:
- O que é a psicologia hospitalar?
- Como é um tratamento de psicologia hospitalar?
- Qual a importância da psicologia hospitalar para pacientes?
- Qual a diferença de psicologia hospitalar e psicologia médica?
O que é a psicologia hospitalar?
A psicologia hospitalar é uma área de atuação da psicologia cujo objetivo é ajudar a minimizar o sofrimento psíquico de pacientes em frente ao processo de adoecimento, hospitalização e recuperação.
O adoecimento físico frequentemente é uma experiência traumática, que pode ter diversos desdobramentos psicológicos. Desta forma, o psicólogo ou psicóloga hospitalar ajuda a tratar esses efeitos, a fim de melhorar a saúde mental da pessoa hospitalizada.
Trata-se de uma espécie de trabalho preventivo, evitando que o sofrimento decorrente da doença se transforme em problemas maiores, como traumas que podem influenciar no desenvolvimento de quadros de ansiedade e depressão.
Em casos mais complexos, o atendimento pode se estender à família do(a) paciente, que também sofre durante o processo.
De acordo com o Conselho Federal de Psicologia (CFP), o psicólogo ou psicóloga hospitalar pode realizar as seguintes atividades:
- Atendimento terapêutico;
- Grupos psicoterapêuticos;
- Grupos de psicoprofilaxia (preparação psicológica para cirurgias);
- Psicomotricidade em contexto hospitalar;
- Avaliação diagnóstica;
- Psicodiagnóstico;
- Consultoria e interconsultoria.
O trabalho pode ser realizado em ambulatórios, UTIs, unidades de pronto atendimento e enfermarias em geral.
No Conselho Federal de Psicologia, a psicologia hospitalar está prevista como área de atuação do psicólogo na Resolução nº 013/2007.
Como é um tratamento de psicologia hospitalar?
A psicologia hospitalar age em diversos contextos e, por isso, não existe uma experiência única de tratamento com profissionais. A maneira que se dá o atendimento depende muito da pessoa a ser atendida.
Uma mulher grávida poderá ter um atendimento mais focado a questões relacionadas à maternidade, enquanto pacientes terminais devem receber outro tipo de tratamento.
Algumas das áreas de atuação do psicólogo hospitalar são:
Avaliação psicológica de pacientes internados
Hospitais têm muitos(as) pacientes internados(as) e nem todos(as) precisam de auxílio psicológico. Por isso, o primeiro passo do atendimento em psicologia hospitalar é identificar quais precisam de tais cuidados por meio de uma avaliação psicológica.
O psicólogo ou psicóloga irá usar de entrevistas e eventualmente testes ou outras ferramentas de avaliação psicológica para compreender aspectos da personalidade e do estado mental do(a) paciente, a fim de averiguar se é um caso de alto risco de adoecimento psíquico devido ao adoecimento físico.
Vale ressaltar que o risco de adoecimento psicológico pouco tem a ver com a doença somática; há pacientes terminais que se mostram mentalmente amparados(as) e saudáveis, sem necessidade de tratamento psicológico, enquanto pacientes menos graves podem apresentar quadros de ansiedade e depressão diante do adoecimento.
Cabe à avaliação psicológica feita de maneira adequada mostrar quem precisa do atendimento psicológico.
Apoio psicológico a pacientes e familiares
Após constatada a necessidade de apoio psicológico, terapeutas passam a visitar o paciente frequentemente para promover esse momento terapêutico.
A frequência das visitas variam de caso em caso, podendo ser todos os dias ou algumas vezes por semana — dependendo do tempo de estadia no hospital.
O psicólogo ou psicóloga deve dar voz ao paciente, que pode enfim falar de suas frustrações, suas percepções e esperanças acerca do processo de adoecimento, o que muitas vezes é ignorado no contexto médico(a)-paciente ou enfermeiro(a)-paciente.
A escuta do psicólogo é imparcial, ou seja, livre de julgamentos, o que ajuda o paciente a se sentir acolhido(a), ouvido(a) e respeitado(a).
Há também doenças complexas que necessitam da ajuda da família para adaptações, isso tende a fazer com que o psicólogo ou psicóloga atenda os familiares também.
Outros casos em que ocorre o atendimento familiar são aqueles em que há uma doença terminal ou quando o(a) paciente se encontra internado(a) há muito tempo e com um quadro instável, em que não há muita perspectiva de recuperação.
Vale lembrar que, ao entrar em contato com a família, o(a) psicólogo hospitalar não tem autorização para repassar dados médicos, ou seja, não pode dar o diagnóstico, falar do quadro, comunicar falecimento, entre outros.
Suporte aos profissionais de saúde
Não apenas pacientes precisam de auxílio psicológico, como também os profissionais de saúde que trabalham no hospital. Muitas vezes, a área da saúde pode parecer uma profissão ingrata, tendo em vista que nem sempre há recuperação do(a) paciente apesar de todos os esforços.
Essa falta de resultados pode trazer muita frustração a profissionais, que se sentem não apenas sobrecarregados(as), mas também podem ser acometidos(as) por sentimentos de ineficácia e inutilidade.
O processo de avaliação psicológica e atendimento é parecido com o feito com pacientes, mas há também a possibilidade de intervenções mais generalizadas para trabalhar com profissionais de um determinado setor caso haja demanda.
Qual a importância da psicologia hospitalar para pacientes?
A psicologia hospitalar trabalha muito com a prevenção do adoecimento psíquico em pacientes que estão doentes fisicamente.
Isso significa que o(a) psicólogo hospitalar trabalha para minimizar o sofrimento durante o período de internamento e todo o processo de adoecimento, ajudando na ressignificação desses momentos de sua vida.
Desta forma, evita-se que tal período se torne um trauma capaz de afetar negativamente a qualidade de vida do(a) paciente, mesmo fora do hospital.
Qual a diferença de psicologia hospitalar e psicologia médica?
A psicologia médica tem como objetivo o estudo das relações humanas no contexto médico, ou seja, é um campo de estudo que busca compreender a psique de estudantes de medicina, de médicos(as) formados(as), de pacientes, a relação entre médico(a), paciente e família, entre outros.
Difere-se da psicologia hospitalar por não ser uma prática em si, aproximando-se mais de um campo de estudos cujas descobertas podem guiar as práticas do psicólogo ou psicóloga hospitalar, que busca tratar os aspectos psicológicos do processo de adoecimento.
De forma resumida, a psicologia hospitalar é uma prática que visa o tratamento psicológico de pacientes e profissionais de saúde, enquanto a psicologia médica é o estudo dos aspectos psicológicos envolvidos no contexto da medicina.
A psicologia hospitalar auxilia pacientes e familiares em momentos delicados, como internamentos ou acometimento da saúde. Por meio da assistência e amparo emocional, profissionais participam da recuperação ou estabilidade psicológica, resultando em bem-estar e melhores resultados no tratamento médico.
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