Infelizmente, estamos familiarizados com os termos "trauma" e "politrauma", visto que a principal causa desses eventos está diretamente relacionada aos acidentes de trânsito envolvendo carros e motocicletas, afetando tanto condutores quanto pedestres.
Acidentes de trânsito representam a principal causa de morte no mundo para pessoas com idades entre 15 e 29 anos. Em 2010, esses acidentes resultaram na morte de 1,24 milhão de pessoas em 182 países.
No Brasil, mais de um milhão de acidentes são registrados a cada ano, resultando na morte de cerca de 40 mil pessoas e deixando mais de 370 mil feridos, conforme dados do Ministério da Saúde.
Tristemente, a maioria dos casos de politraumatismo resulta em óbito, e geralmente ocorre de maneira imediata após o acidente ou algumas horas depois, devido a hemorragias e rupturas em grandes vasos sanguíneos ou lesões em órgãos vitais.
Além disso, há a possibilidade de que aconteça dias após o acidente devido a infecções generalizadas causadas pelos traumas.
Um estudo realizado pela University Medical Centre Utrecht, na Holanda, investigou as causas de morte em casos de politraumatismo, concluindo que as lesões cerebrais provenientes de acidentes são a principal causa de óbitos nesse contexto.
Apesar de alguns casos de sobrevivência após politraumatismos, é raro que os sobreviventes possam retornar completamente à vida comum. Em geral, as vítimas enfrentam uma série de sequelas deixadas pelos graves traumas sofridos.
Sua classificação médica conhecida como CID, é o T07. Usada para indicar que um paciente apresenta traumatismos múltiplos ou politraumatismo, sem especificar a natureza exata dos traumas.
Acompanhe o artigo para entender as causas e o que é exatamente um politrauma.
Índice:
O politraumatismo é uma condição caracterizada pela ocorrência de duas ou mais lesões em sequência, afetando diversos sistemas e órgãos do corpo. Essas fissuras têm o potencial de desencadear uma série de respostas fisiológicas, resultando em um estado de estresse extremo, dor intensa, instabilidade óssea e hemorragias.
Para que um caso seja classificado como politrauma, é necessário que pelo menos duas regiões corporais diferentes tenham sido les
ionadas.
As lesões resultantes do politraumatismo podem variar amplamente, desde fraturas ósseas, lesões internas em órgãos vitais, danos nos tecidos moles até lesões neurológicas. Cada uma dessas lesões pode desencadear uma resposta em cadeia no corpo, afetando outros sistemas e órgãos.
Capaz de levar complicações graves, como hemorragias internas que levam à hipovolemia (redução na quantidade de sangue), hipotensão, problemas respiratórios devido a fraturas costais e entre outros.
Podendo ser desencadeada por uma variedade de agentes, como fatores físicos, químicos e elétricos. Sujeitos envolvidos em eventos como acidentes automobilísticos e atropelamentos, quedas, ferimentos causados por armas de fogo de grande calibre, assim como por armas brancas, entre outros tipos de incidentes.
Armas brancas, como facas e facões, também podem causar politraumatismo, especialmente quando múltiplos golpes ou ferimentos penetrantes são infligidos. A combinação de lesões em diferentes regiões do corpo pode resultar em complicações e risco de vida.
A rapidez com que o trauma é identificado, diagnosticado e tratado é um fator crítico para a recuperação do indivíduo. Esse intervalo de tempo é especialmente importante durante a primeira hora após o trauma, que é conhecida como "golden hour" (hora de ouro).
A hora de ouro é chamada assim devido à sua importância durante esse período crítico, já que as intervenções médicas e cirúrgicas podem definir o rumo daquela pessoa.
É durante essa primeira hora que as ações médicas iniciais, como o controle de hemorragias, a estabilização da via aérea, a administração de fluidos intravenosos e a realização de procedimentos cirúrgicos emergenciais, podem fazer a diferença entre a vida e a morte.
Por exemplo, em lesões traumáticas na cabeça, a intervenção precoce pode ajudar a prevenir danos cerebrais secundários, enquanto nas lesões ortopédicas, um tratamento imediato pode melhorar a função e reduzir o risco de sequelas.
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Geralmente, no politraumatismo, a alta intensidade de energia do trauma e a localização das lesões são fatores que influenciam a gravidade e, por consequência, aumentam o risco de óbito.
A alta intensidade de energia do trauma está frequentemente associada a acidentes de alta velocidade, como colisões de veículos, quedas de grandes alturas ou acidentes industriais graves, estas incluem:
Lesões traumáticas frequentemente resultam em fraturas ósseas que variam em gravidade, desde fraturas simples que requerem imobilização até fraturas complexas que exigem intervenção cirúrgica.
As fraturas ósseas podem levar à dor intensa, perda de função e requerer um período significativo de reabilitação.
É comum que traumas na cabeça causem lesões cerebrais, causando contusões, hematomas intracranianos e concussões.
Essas lesões podem ter efeitos variados, desde perda temporária de consciência até danos cerebrais permanentes. Além disso, danos cerebrais podem levar a sintomas como cegueira, perda auditiva, distúrbios cognitivos e problemas de memória.
O politraumatismo frequentemente envolve hemorragias internas ou externas. Hemorragias graves podem resultar em choque hipovolêmico, uma condição potencialmente letal em que o corpo não consegue manter a pressão arterial adequada devido à perda de sangue.
Em acidentes de alta energia, como acidentes automobilísticos ou industriais, pode ocorrer amputação de membros. Isso tem um impacto profundo na vida da vítima, requerendo reabilitação intensiva e adaptações para lidar com a perda de um membro.
Traumas na coluna vertebral podem resultar em lesões na medula espinhal, levando à paralisia parcial ou completa, dependendo da gravidade da lesão. Essas lesões têm implicações significativas na mobilidade e independência do paciente.
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Existem diversos tipos de politrauma que podem ocorrer em locais diferentes, resultando de uma variedade de situações e acidentes, podendo surgir de várias circunstâncias, algumas delas são:
Os politraumas podem ocorrer em casa devido a acidentes simples, como quedas da própria altura, tropeços, escorregões ou colisões com objetos domésticos. Embora esses acidentes possam parecer inofensivos, eles podem levar a lesões sérias, como fraturas, danos na cabeça ou na coluna vertebral.
Esses são alguns dos casos mais comuns de politraumatismo. Acidentes automobilísticos, motociclísticos, de bicicleta, barco ou avião podem resultar em lesões múltiplas, incluindo fraturas, danos cerebrais, questões torácicas e abdominais, além de ferimentos graves na pele.
Pedestres atropelados por veículos automotores frequentemente sofrem politraumatismos. O impacto do veículo em alta velocidade pode causar uma série de danos, desde fraturas até lesões internas e traumas na cabeça.
Atletas envolvidos em esportes de contato ou de alta velocidade, como futebol, rugby, esqui ou esportes motorizados, estão em risco de politraumatismo. Lesões traumáticas, como contusões, fraturas e danos na medula espinhal, são comuns nessas situações.
Ambientes de trabalho industriais podem ser propícios a acidentes graves. Quedas de altura, exposição a produtos químicos perigosos, acidentes com maquinaria pesada e explosões são exemplos de situações que podem resultar em politrauma.
Agressões físicas e ataques com armas de fogo também podem causar politraumatismos. Ferimentos de facas, ferimentos a bala ou espancamentos podem resultar em múltiplas lesões em diferentes partes do corpo.
Mesmo atividades recreativas aparentemente seguras, como escalada, mergulho, esportes aquáticos ou ciclismo de montanha, podem levar a politraumatismos em caso de acidentes.
Desastres como terremotos, enchentes e avalanches, podem causar lesões devido a quedas, colapso de estruturas.
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A avaliação primária ocorre de forma simultânea à reanimação e segue uma sequência conhecida como "ABCDE". O objetivo é garantir que as necessidades mais urgentes do paciente sejam identificadas e tratadas o mais rápido possível.
A avaliação ABCDE ocorre em um período muito curto de tempo, geralmente de 2 a 5 minutos. Os componentes dessa avaliação:
A rapidez dessa abordagem é fundamental para melhorar as chances de sobrevivência e minimizar sequelas em pacientes com politraumatismo.
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Após a avaliação primária, que é a primeira avaliação rápida para identificar e tratar imediatamente ameaças à vida, é fundamental seguir com uma avaliação secundária detalhada e implementar os tratamentos necessários.
Após a avaliação primária, o paciente é submetido a uma avaliação secundária mais extensiva. Isso inclui a revisão completa de sua história médica, exame físico, obtenção de radiografias e outros exames de imagem, como tomografias computadorizadas (TC) e ultrassonografias, para identificar todas as lesões possíveis.
Caso haja comprometimento das vias aéreas, ventilação ou circulação incluindo a intubação endotraqueal, ventilação mecânica e administração de fluidos intravenosos.
Após a identificação das lesões, é possível esquematizar o tratamento, que pode incluir a imobilização de fraturas, drenagem de hematomas ou coleções de fluído, sutura de ferimentos e outros procedimentos cirúrgicos necessários.
Além de garantir o conforto do paciente, mas com atenção para não mascarar os sintomas de lesões subjacentes.
É comum que lesões traumáticas levarem a várias complicações, como infecções, insuficiência de órgãos e problemas de coagulação. Após a fase aguda do tratamento, é comum pacientes requerem reabilitação para recuperar a função física e psicológica.
Isso pode incluir fisioterapia, terapia ocupacional, acompanhamento psicológico e outros serviços de suporte.
Claramente todo esse processo de cuidados, avaliações e muito mais de pacientes politraumatizados requer toda atenção de uma equipe multidisciplinar, incluindo médicos de diversas especialidades, enfermeiros, fisioterapeutas e outros profissionais de saúde, trabalhando em conjunto para proporcionar o melhor cuidado possível.
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Infelizmente, o politraumatismo é uma condição que apresenta uma alta taxa de mortalidade. Todo o contexto em que o trauma ocorre desempenha um papel fundamental na determinação da gravidade das lesões e, consequentemente, nas chances de sobrevivência do paciente.
Acidentes de alta energia, como colisões de veículos em alta velocidade ou quedas de grandes alturas, geralmente causam lesões mais graves.
Da mesma forma, acidentes industriais ou esportivos podem resultar em traumas, mas com uma natureza das lesões e sua localização mais branda.
Entretanto, é importante compreender que a gravidade e o desfecho do politraumatismo podem oscilar consideravelmente, influenciados por uma série de fatores críticos, a saber: as circunstâncias em que o trauma ocorreu, a qualidade do atendimento médico prestado e o intervalo de tempo transcorrido desde o momento do acidente.
Além de tudo isso, o tempo que se passa desde o acidente até o início do tratamento médico é um fator crítico. A intervenção médica precoce é fundamental para evitar complicações e minimizar o dano causado pelas lesões traumáticas.
Toda complexidade do atendimento ao politraumatizado reside no fato de que esses pacientes frequentemente apresentam múltiplas lesões em diferentes partes do corpo, que podem incluir fraturas, lesões internas, traumas na cabeça e no pescoço, entre outras.
A rapidez é um fator crítico, pois muitas vezes a vida do paciente está em risco imediato devido a hemorragias, comprometimento da via aérea ou choque.
O profissional realizará o atendimento de forma ágil para identificar e tratar prontamente as lesões que ameaçam a vida.
A destreza e a habilidade da equipe atuante, principalmente de enfermagem, desempenham um papel fundamental na gestão desses pacientes. A comunicação entre os membros da equipe é crucial para garantir que o atendimento seja conduzido de maneira eficiente e que as decisões certas sejam tomadas.
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Kayo Vinicius Ferreira Forte
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