O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), caracterizado pela distração, agitação e impulsividade, geralmente afeta crianças em plena fase de desenvolvimento e pode trazer complicações ao longo da vida.
Uma nova pesquisa publicada no jornal The Pediatrics sugere que a aparição desses transtornos na criança pode estar relacionada com a dieta da mãe.
Isso porque, segundo o estudo, o consumo de alimentos que possuem em sua composição dois ácidos graxos poli-insaturados durante a gestação estava associado a um maior risco das crianças desenvolverem TDAH aos 7 anos de idade.
Trata-se do ômega 6 e ômega 3, ambos considerados nutrientes importantes para o funcionamento do corpo, mas que, se consumidos de modo desequilibrado pelas gestantes, podem afetar o desenvolvimento neurológico das crianças.
Ômega-6 e ômega-3
Antes de falarmos como acontece essa relação, também é importante saber o que são essas substâncias e onde elas agem.
Os ácidos ômega 3 e ômega 6, considerados ácidos graxos essenciais, atuam em diferentes funções do corpo. São usados para dar energia e para ajudar em processos de coagulação do sangue e inflamação.
Mas não é porque eles são importantes para o corpo que é preciso ingerir em grandes quantidades, o recomendável é manter um equilíbrio.
O ômega 6 é geralmente encontrado nos óleos de girassol, de milho e azeite de oliva, enquanto o ômega 3 é encontrado em peixes, como salmão e atum.
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Como os ácidos podem afetar a criança?
Os ômegas 3 e 6 também têm um papel importante na formação do sistema nervoso central da criança durante a gestação.
Para o estudo, os pesquisadores observaram amostras do cordão umbilical, além de um questionário que foi preenchido pelas mães de 600 crianças que tinham pelo menos 6 sintomas de TDAH.
Foi possível ver que filhos de mães que mantiveram alto consumo dos nutrientes durante a gestação e também tinham a concentração deles mais elevada no cordão umbilical apresentaram mais chances de ter algum sintoma relacionado ao TDAH.
A pesquisa, citada na notícia, indica que a alimentação durante a gestação pode ter grandes impactos na saúde e desenvolvimento das crianças.
Fonte: Science Daily