O que é Esporotricose?

A esporotricose é uma micose subcutânea causada pelo fungo Sporothrix schenckii que pode atacar humanos e animais. Geralmente afeta a pele e os vasos linfáticos próximos a ela, mas pode também afetar ossos, pulmão e articulações.

Esse fungo está presente na maior parte do mundo, mas principalmente em regiões de clima temperado e tropical, como a Ásia, África, Oceania e Américas. Por  habitar a natureza, o S. Schenckii está presente no solo, vegetais e madeira, e pode atingir tanto humanos quanto animais. Sua disseminação é lenta e os sintomas se caracterizam por nódulos purulentos ou não e que aparecem, normalmente, nos membros superiores, como braços e mãos, e também na face.

A doença foi descrita pela primeira vez em 1898 pelo americano Benjamin Schenck e sua maior epidemia relacionada com transmissão zoonótica foi descrita no Rio de Janeiro, onde, entre os anos de 1998 e 2004, foram diagnosticados 1503 gatos, 64 cachorros e 759 humanos com esporotricose.

Índice – neste artigo você irá encontrar as seguintes informações:

  1. O que é?
  2. Com a doença é transmitida?
  3. Como é a evolução da doença e quais são os seus sintomas?
  4. Qual o diagnóstico? E como se dá o tratamento para a esporotricose?
  5. Como posso me prevenir da doença? Há alguma complicação se não tratada corretamente?

Como a doença é transmitida?

Como o fungo está constantemente em ambientes abertos, principalmente no solo, a esporotricose pode ser transmitida através de ferimentos já abertos que tenham contato com algum material contaminado, como farpas de madeira ou espinhos de plantas. Outra forma de contaminação é através do contato com animais contaminados, gatos em sua maioria, através de mordeduras, arranhaduras ou resultante da manipulação dessas feridas que contenham grande quantidade de fungos.

Além dessas duas maneiras de transmissão, a doença pode ser contraída também pela inalação do fungo, porém é muito raro de acontecer e atinge principalmente pessoas imunodepressivas. Não há casos de transmissão de esporotricose de uma pessoa para outra.

Como é a evolução da doença e quais são os seus sintomas?

A evolução da esporotricose pode ser de duas maneiras: subaguda ou crônica – que acontece na maior parte dos casos. Normalmente, a infecção é benigna e se limita apenas à pele, mas há casos em que ela se espalha através da corrente sanguínea e atinge os ossos e órgãos internos.

O período de incubação do fungo no organismo do paciente se dá de 7 a 30 dias, podendo chegar até 6 meses após a infecção. Os sintomas da doença variam de acordo com a forma com que se manifesta, ou seja, se ela é cutânea ou extracutânea, mas o primeiro a aparecer é um pequeno nódulo doloroso, bem parecido com uma picada de inseto. Esse nódulo pode ter a cor vermelha, rosa ou roxa, ser purulento ou não, e costuma aparecer no dedo, mão ou braço em que o fungo penetrou.

Na esporotricose extracutânea, como o fungo pode afetar diversas áreas do organismo, os sintomas variam de acordo com a que foi afetada. Por exemplo, quando afeta os pulmões, os sintomas se assemelham bastante aos da tuberculose e, quando afeta os ossos e articulações, os sintomas são similares ao de uma artrite infecciosa.


Já entre as formas cutâneas da doença, ela pode se apresentar em 3 tipos diferentes e você confere quais são os sintomas de cada um deles logo abaixo.

Forma cutâneo-localizada

A esporotricose cutâneo-localizada se caracteriza por um nódulo avermelhado e pode ser duro com superfície áspera ou ulcerado. Além dos membros superiores, essa forma da doença pode atingir as mucosas também, como os olhos e a boca.

Forma cutâneo-linfática

Forma mais frequente da doença, a esporotricose cutâneo-linfática é caracterizada por um nódulo ulcerado e que, a partir dele, forma-se um cordão endurecido que segue por um vaso linfático em direção aos gânglios. Ao longo desse cordão, outros nódulos são formados e que também podem ulcerar.

Forma cutâneo-disseminada

As lesões nodulares que se apresentem na forma cutâneo-disseminada da esporotricose se disseminam por toda a pele e é mais comum ocorrer em pacientes imunodeprimidos.

Qual o diagnóstico? E como se dá o tratamento para a esporotricose?

A qualquer suspeita de esporotricose, o paciente deverá se consultar com um dermatologista para que ele te diagnostique corretamente. O diagnóstico é feito, primeiramente, a partir da análise dos sintomas que a doença apresenta e, após isso, materiais biológicos que a ferida produz, como o pus e a escarificação, são examinados. A doença tem cura e, em 10% dos casos, ela acontece de forma natural. Porém, para casos mais graves, o tratamento é longo e leva em torno de 3 a 6 meses, podendo chegar até 1 ano.

Vários medicamentos podem ser utilizados no tratamento, como o iodeto de potássio, primeira droga eficaz usada para tratar a esporotricose – mas que pode vir acompanhado de inúmeros efeitos colaterais. Por conta disso, o medicamento mais aconselhável pelos especialistas é o itraconazol. Além desses dois medicamentos, há a possibilidade do tratamento ser feito a base de:

Tenha em mente que a escolha desses medicamentos é feita apenas por um especialista em doenças de pele e acontece a partir do quadro clínico de cada paciente.

Atenção! 

NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas nesse site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.

Como posso me prevenir da doença? Há alguma complicação se não tratada corretamente?

Algumas possíveis complicações podem aparecer durante ou após o tratamento para a esporotricose e elas são divididas em dois grupos: complicações para pessoas que possuem imunidade normal e para as que são imunodepressivas.

Para o primeiro grupo, duas complicações podem eventualmente surgir:

  • Desconforto;
  • Infecções de pele secundárias.

Já para o segundo grupo, as pessoas podem desenvolver as seguintes complicações:

  • Artrite;
  • Infecção óssea;
  • Complicações por conta de medicamentos;
  • Problemas pulmonares e respiratórios, como a pneumonia;
  • Meningite.

Infelizmente não há nenhuma vacina contra a esporotricose. Por conta disso, para diminuir os riscos de contração da doença, é importante que se use roupas protetoras ao manusear o jardim ou outros materiais que possam estar contaminados com o fungo causador.

Caso o seu animal de estimação esteja com a doença, é aconselhável que ele seja isolado para que receba o devido tratamento. Outro cuidado importante a se fazer é que, em caso de morte do animal com esporotricose, o corpo seja cremado e não enterrado, para que o fungo não se espalhe pelo solo e outros animais possam ser contaminados.

Além disso, compartilhar esse artigo com parentes e amigos é de fundamental importância, pois quanto mais pessoas tenham acesso a essas informações, melhor e mais rapidamente a doença será prevenida.


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