O principal objetivo do exame de glicemia é medir o nível de glicose encontrado na amostra de sangue, geralmente coletada em jejum. Grosso modo, o exame detecta se as taxas de “açúcar” no sangue estão normais, baixos ou altos, o que pode ajudar a identificar alguma irregularidade ou mesmo uma doença, como o diabetes.
Quando dizemos que a glicose é um açúcar, não significa que apenas doces são responsáveis pelas taxas glicêmicas. Tecnicamente, essa substância é um dos carboidratos básicos, necessária como fonte de energia do nosso corpo e facilmente encontrada em diversos alimentos.
A realização da glicemia em jejum (TUSS 40302040) é uma forma de obter resultados mais controlados, uma vez que diversos fatores podem alterar essas taxas.
Continue lendo o artigo para saber mais sobre como funciona esse exame e conferir algumas dicas de cuidados para ajudar o laboratório a obter um resultado mais preciso.
Índice — Neste artigo, você irá encontrar:
Este é um dos exames mais comuns, fazendo parte de check-ups, exames de rotina, controle metabólico e investigações médicas que necessitem saber os níveis de glicose no sangue, como nos casos de suspeita de diabetes ou de acompanhamento oncológico, por exemplo.
Como o diabetes está diretamente ligado à presença excessiva de glicose no sangue, este também é um exame de rotina para quem já foi diagnosticado com a doença e precisa fazer o acompanhamento das taxas.
Além disso, esta é uma condição que pode ser assintomática durante anos, motivo pelo qual é recomendado que pessoas com mais de 45 anos façam o exame de glicemia em jejum periodicamente. Por ser uma doença silenciosa, o exame pode ser a única forma de detectar o pré-diabetes ou diabetes precocemente.
Os níveis de glicose no sangue podem indicar condições de hiperglicemia ou hipoglicemia. Quando consideradas altas, as taxas podem determinar quadros de pré-diabetes, diabetes ou diabetes gestacional.
Alterações glicêmicas também podem estar associadas a outras doenças, mas exames complementares serão necessários para determinar a relação das alterações com outros sintomas e suas causas.
Na detecção de diabetes ou mesmo em outros casos, pode ser necessária a realização de múltiplos exames de glicemia para que um diagnóstico mais preciso possa ser realizado.
Qualquer comida ou bebida que ingerimos passa pelo nosso sistema digestório e, em cada etapa, nutrientes vão sendo absorvidos. O sistema sanguíneo faz o papel de levar essas substâncias, como oxigênio ou glicose, para as demais células do corpo.
Isso significa que, ao comer, os níveis de certos elementos em nosso organismo aumentam e, consequentemente, as taxas encontradas nos exames são alteradas. Em jejum, nossas taxas estão mais estáveis, de modo que o exame consegue detectar se o corpo está funcionando conforme o esperado.
Se, após um jejum de 8 horas, o exame de glicemia apontar altas taxas de glicose, significa que nosso corpo não está conseguindo processar adequadamente esse carboidrato, o que pode ser um indício de diabete.
Por outro lado, se comermos antes de extrair o sangue, taxas altas de glicose podem ser detectadas, mas isso irá gerar um diagnóstico errôneo, pois o organismo não teve tempo para metabolizar a refeição.
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Todo exame de sangue deve identificar alguma porcentagem de glicose em sua composição. Mas qual o valor normal da glicemia em jejum? E a partir de que nível surgem os alertas de diabetes ou hipoglicemia?
Atualmente, as diretrizes oficiais da Sociedade Brasileira de Diabetes apontam os seguintes critérios como referência:
Critério | Normal | Pré-diabetes | Diabetes |
Glicemia de jejum (mg/dL) | < 100 | 100 a 125 | > 125 |
Glicemia 2h após Teste de Tolerância Oral à Glicose (TOTG) | < 140 | 140 a 199 | > 199 |
É possível, ainda, que os níveis de glicose encontrados estejam abaixo de 70 mg/dL, o que pode ser classificado como hipoglicemia. Nesses casos, a pessoa pode ter sintomas referentes à falta desse açúcar no organismo.
O exame de glicemia em jejum também faz parte da rotina de pré-natal de pessoas gestantes, uma vez que as alterações do organismo podem levar ao desenvolvimento de diabetes gestacional. Nesses casos, os valores de referência são diferentes, sendo considerado o seguinte:
Critério | Normal | Diabetes Gestacional | Diabetes Mellitus diagnosticado na gestação |
Glicemia de jejum (mg/dL) | < 92 | 92 a 125 | ≥ 126 |
Glicemia ao acaso | Não aplicável | Não aplicável | ≥ 200 |
Vale lembrar que o(a) médico(a) pode solicitar mais de um exame de glicemia em jejum para poder definir algum diagnóstico, uma vez que as concentrações de substâncias encontradas no sangue podem ser alteradas por diversos fatores, internos ou externos ao organismo.
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A glicose é uma substância chamada também de glucose ou dextrose que, quimicamente, é enquadrada no grupo dos carboidratos monossacarídeos.
Já o termo “glicemia” se refere à quantidade de glicose que pode ser encontrado no sangue e é por isso que o exame tem esse nome.
Atualmente, novos métodos têm ganhado espaço e a glicemia de jejum tem dado lugar para procedimentos como a hemoglobina glicada, que dispensa a realização de jejum.
De modo geral, recomenda-se a realização de jejum de 8 a 12 horas, para que o exame não seja afetado pela alimentação do(a) paciente. Antes de realizar a coleta de sangue, é necessário ficar sem comer e beber durante todo esse período, sendo permitido apenas o consumo de água.
Não é indicado, no entanto, que se faça um jejum superior a 14 horas, uma vez que isso pode ter o efeito oposto, acusando um falso indício de hipoglicemia.
Para crianças, os períodos são diferentes. No caso de bebês em fase de amamentação, considera-se jejum o período de 1 a 3 horas entre as mamadas.
Até 5 anos, recomenda-se jejum de no mínimo 3 horas e no máximo 4 horas. Após essa idade, as crianças já podem fazer o mesmo procedimento recomendado para os adultos.
Objetivos, médicos e laboratórios diferentes podem propor outras formas de realizar o exame. Converse com os enfermeiros ou com seu(a) médico(a) para tirar dúvidas sobre o exame e sobre a avaliação dos resultados.
Embora os laboratórios geralmente comentem apenas sobre o jejum, você pode se preparar ainda mais para o exame. Estas recomendações poderão colaborar para que as taxas detectadas sejam ainda mais precisas:
O exame de glicemia em jejum é um procedimento simples e que não apresenta riscos para o organismo.
A coleta de sangue não tem efeitos colaterais, embora o(a) paciente possa sentir um pouco de dor, além de notar um pequeno inchaço ou hematoma no local da punção. Esses sintomas devem desaparecer em mais ou menos um dia.
Feito o procedimento, recomenda-se realizar uma refeição sem exageros e evitar a prática de exercícios intensos por pelo menos um dia.
O exame é feito a partir de uma amostra de sangue venoso, extraída em poucos minutos. Já a análise é realizada em um laboratório e o resultado costuma sair em 24 horas.
Em alguns casos, o profissional de saúde pode pedir que duas coletas sejam realizadas em um mesmo dia, com uma punção em jejum e outra após a primeira refeição. Esse procedimento é chamado de glicemia em jejum pós-prandial e visa comparar os resultados das duas amostras de sangue.
Um dos exames mais comuns e rotineiros, a glicemia em jejum é essencial para notar alterações nas concentrações de glicose no sangue, ajudando a detectar condições silenciosas como o diabetes.
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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