O descolamento de retina acomete aproximadamente 20 mil pessoas a cada ano no Brasil e pode evoluir para a cegueira, sobretudo se o paciente demorar para buscar tratamento.
Isso ocorre porque a retina é como uma película fotográfica, extremamente fina e delicada. Sua função é registrar o reflexo dos objetos e projetar as imagens sob forma de estímulos nervosos para que o cérebro os interprete.
O que vemos, então, não são os objetos do mundo, mas uma representação deles, uma interpretação do que é projetado na membrana.
A estreita camada reveste a parte interna do globo ocular e não está fixada nele, mas apenas acomodada, como se fosse um tecido revestindo a superfície.
O descolamento ocorre quando parte ou toda a retina se desprende da parede do globo ocular, devido à rupturas (buracos) ou pressão sofrida. As causas podem decorrer de lesões oculares ou no crânio, doenças, infecções ou degeneração pela idade.
A ruptura da retina não incide, necessariamente, no descolamento. Nesse caso, a intervenção à laser pode ser suficiente para impedir que a condição se agrave. Mas se houver a separação da membrana, o tratamento é cirúrgico e representa uma condição de urgência.
Como há a interrupção do fornecimento de nutrientes à membrana, o processo degenerativo é rápido e pode causas danos irreversíveis às células, causando a cegueira.
Quando a retina se desloca, não há presença de dor, o que dificulta a percepção do paciente quanto à emergência. Em geral, há um leve desconforto no globo ocular e alterações na visão, incluindo flashes de luz, manchas escuras e diminuição parcial da visão.
A condição é catalogada pelo CID (Classificação Internacional de Doenças) com o código H33, para descolamentos e defeitos da retina.
Os olhos humanos são chamados de "olho em câmera". A forma do órgão é globular e está localizada nas cavidades ósseas na face, com cerca de 24 mm de diâmetro.
Apesar de, a princípio, parecer uma estrutura bastante simples — um globo que recebe raios de luz e os transforma numa imagem gravada numa membrana — o olho humano é extremamente complexo.
Com a função de captar o mundo, o sistema é altamente potente, superando as melhores câmeras fotográficas, sendo capaz de assimilar variações de luz, intensidade de cor, alternar o foco das imagens e capturar o mundo em 3 dimensões.
Mesmo quando não estamos olhando atentamente algo, os olhos continuam trabalhando na assimilação de imagens e se movimentam aproximadamente 40 vezes por segundo.
Os responsáveis pela agilidade ocular são 6 músculos extrínsecos (reto lateral, reto medial, reto superior, reto inferior, oblíquo inferior e oblíquo superior) que se conectam à parte branca do globo (esclera).
Além disso, glândulas lacrimais evitam que os olhos fiquem ressecados, produzindo lágrimas que são espalhadas pelos olhos quando as pálpebras piscam, cerca de 24 vezes por minuto.
O sistema ocular é altamente complexo, mas as principais partes são:
É a estrutura mais externa dos olhos e atua focalizando a luz que incide no globo ocular. Além disso, o revestimento protege os olhos de contaminações e lesões, logo que envolve toda a região posterior do globo.
Pode ser chamada de esclerótica e constitui a parte branca dos olhos, ligada à córnea. Nela, se ligam os músculos extraoculares, responsáveis pela movimentação do globo, e sua função é de proteger e manter a forma arredondada do órgão.
A parte branca do olhos é revestida por uma fina membrana mucosa chamada de conjuntiva.
Com a função de proteção ocular, a camada se localiza entre a esclera e as pálpebras, e pode ser dividida entre conjuntiva tarsal (recobre a parte posterior das pálpebras) e bulbar (recobre a esclera).
É mais fácil de ser reconhecida, pois compreende a área colorida dos olhos. Localizada na parte anterior da córnea, a estrutura apresenta uma abertura central entre 2mm e 4mm, que é chamada de pupila. Além disso, é composta principalmente por fibras musculares e pigmentos em quantidades variadas.
Portanto, a pupila é a abertura da íris para a entrada controlada de luz. A quantidade de raios luminosos recebida é regulada pela dilatação ou contração das pupilas, que funcionam na mesma lógica do diafragma de uma câmera fotográfica.
Assim, quando há muita luz chegando aos olhos, a íris se contrai. Quando a oferta diminui, a íris se dilata.
A cor dos olhos é definida pela herança genética, podendo variar entre tons castanhos, verdes e azuis. Em 2008, uma pesquisa realizada pela Universidade de Copenhagen indicou que pessoas com íris azuis possuem um algum antepassado em comum, logo que a cor é resultado de uma mutação genética ocorrida há cerca de 10 milhões de anos.
Faz parte dos músculos internos e está localizado atrás da íris. A estrutura produz o humor ciliar (fluído composto por nutriente e que preenche o globo ocular) e é responsável pela alteração de foco da visão.
É um composto fluido que preenche as partes internas e posteriores do globo. Nela se situam substâncias que nutrem os tecidos, como glicose, oxigênio e aminoácidos.
Também chamado de lente, é composto por 65% de água, 35% de proteína e o restante de minerais. O cristalino possui consistência gelatinosa e levemente elástica.
Além de ser responsável pela visão nítida, através de um processo denominado acomodação, a lente auxilia no enfoque dos objetos que estão em distância diferentes.
Nesse processo, o formato do cristalino é alterado conforme a distância focal. Com a idade, a elasticidade e o ajuste do foco do cristalino são reduzidos, por conta dos processos degenerativos sofridos pelo organismo.
Constitui uma substância transparente e de consistência gelatinosa que uma grande parte do olho. O fluido é responsável pela manutenção do formato esférico dos olhos.
Também chamado de corpo vítreo, a substância está localizada entre o cristalino e a retina.
É um tecido nutrido por vasos sanguíneos e responsável pela irrigação e drenagem de nutrientes e oxigênio da retina.
Sua estrutura é intensamente pigmentada, que atua absorvendo a luz que chega à retina para que eles não sejam refletidos, evitando a formação da imagem.
O nervo óptico é formado pela união de fibras nervosas da retina, conectando os olhos ao cérebro. A estrutura transmite as imagens capturadas para serem interpretadas pelo cérebro.
É formado por aproximadamente 1 milhão de axônios (parte do neurônio que transmite impulsos nervosos), possuindo cerca de 80% de fibras visuais (responsáveis pelas sinapses) e 20% por fibras pupilares.
O aparelho é composto por glândulas, ductos e canalículos lacrimais, além do ducto nasolacrimal.
As glândulas lacrimais são responsáveis pela produção de secreção de lágrimas, que penetram no ducto nasolacrimal e mantêm a superfície dos olhos hidratada.
A retina é uma membrana extremamente sensível e flexível, que se localiza na camada posterior interna dos olhos. A região forma as imagens através da incidência de luz, atuando de forma semelhante a um filme de câmera fotográfica antiga.
Quando os raios de luz incidem nela, receptores fotossensíveis atuam convertendo a incidência luminosa em impulsos elétricos. Através do nervo ótico, os impulsos são transmitidos para o cérebro, que irá interpretar as projeções.
Apesar do vítreo ser responsável pela manutenção da retina em seu devido lugar, a aderência é relativamente pequena. Ou seja, a camada não possui nenhuma estrutura que a fixe solidamente sob o globo ocular.
Sua estrutura é bastante complexa, pois possui 9 camadas neurossensoriais (fotorreceptora, membrana limitante externa, nuclear externa, plexiforme externa, nuclear interna, plexiforme interna, de células ganglionares, de fibras nervosas e membrana limitante interna), além do epitélio pigmentar da retina.
A parte fotorreceptora, encarregada pelo recebimento dos raios luminosos, é constituída por células chamadas de cones e bastonetes, que são responsáveis pela percepção de cores e formação da imagem.
Cada retina humana acomoda cerca de 6 milhões de cones e cerca de 100 milhões de bastonetes, que atuam sobretudo na recepção de imagens no escuro ou em movimento. Permitindo que mesmo com certa dificuldade, a visão de acomode às diferentes situações.
A condição ocorre com mais frequência em pacientes com diabetes - normalmente quando as taxas de glicemias estão descompensadas por longos períodos -, tromboses ou inflamações intraoculares.
Nesse tipo de alteração, há inflamação ou neovascularização (formação de vasos sanguíneos irregulares), que compõem corpos estranhos na superfície da retina ou do vítreo.
A massa formada acaba tracionando ou empurrando os neurossensores presentes na camada da retina, forçando o tecido e causando a separação do epitélio pigmentar.
Nesse tipo, o tecido da retina não se rompe, sendo ocasionada por aglutinações de fluidos.
Em alguns casos, como tumor ou processos inflamatórios, o próprio organismo produz líquidos que se acumulam na parte intraocular, abaixo da camada vítrea, e acarretam o descolamento devido à pressão.
É o tipo mais comum, ocorrendo em 1 a cada 10 mil pessoas, e geralmente o incômodo é mais perceptível quando está associado a traumas ou lesões faciais.
O descolamento ocorre a partir do rasgo (buracos) ou perfuração. Nem sempre a ruptura na membrana causa o descolamento da retina, no entanto, ele ocorre quando há o vazamento do vítreo para o espaço entre a retina sensorial e o epitélio pigmentado.
Os buracos podem ser causados pela atrofia da membrana advinda do envelhecimento, que favorece o deslocamento do vítreo. Porém, podem ocorrer em todas as faixas etárias, sobretudo em pacientes que apresentam histórico familiar, alta miopia, submetidos à cirurgia de catarata, acometidos por infecções graves, tumores e diabetes desregulada, ou aqueles que sofreram traumas, acidentes ou ferimentos na face ou olhos.
São, majoritariamente, causados por fatores degenerativos, como envelhecimento ou distúrbios ópticos. Se a camada apresentar partes mais finas ou fragilizadas, há maiores riscos de ocorrer rompimentos na região.
Geralmente são causados por deslocamentos repentinos do vítreo, ocasionando a pressão ou tração da retina. As rasgaduras são mais associadas a traumas, acidentes ou lesões de alto impacto nos olhos ou crânio.
Nem toda ruptura da retina, também chamada de rotura, ocasiona o descolamento, assim como nem todo descolamento é acompanhado do rompimento da camada. No entanto, há alta prevalência de descolamentos da retina iniciados pela rotura não tratada.
Quando o vítreo, por algum motivo, se separa da retina, há uma movimentação do fluído que traciona a retina e provoca o rompimento da membrana. As causas podem ser por traumas ou por patologias, como inflamações, diabetes e alta miopia.
O paciente, em geral, tem pequenas alterações de visão, como flashes luminosos ou manchas escuras, mas sem a presença de dor. Se não tratadas, as roturas tendem a evoluir para o descolamento da retina, por isso é necessário realizar procedimentos que recomponham a camada e evitem possíveis descolamentos.
O tratamento depende do grau e das causas, mas geralmente é feito com fotocoagulação a laser ou crioterapia.
Já o descolamento necessita de tratamento cirúrgico e compreende um grau mais urgente, pois pode acarretar cegueira permanente.
Ocorrem no descolamento regmatogênico. A camada da retina fica mais fina em algumas regiões e, portanto, mais susceptível de ser perfurada.
Também ocorrem no tipo regmatogênico, originadas por um deslocamento do vítreo que pressiona a retina.
Ocorre no tipo tradicional do descolamento, sendo resultado de formações indevidas entre a retina e o vítreo.
Ocorre no descolamento seroso, resultado da secreção indevida de líquidos, por condições inflamatórias ou degenerativas.
Cada tipo de descolamento tem suas causas específicas, por exemplo, no regmatogênico, as causas são:
Pessoas com miopia apresentam alterações anatômicas no olho, caracterizadas por dimensões maiores do globo e um afinamento da retina.
Sobretudo nos casos de alto grau, acima de 6, a propensão ao descolamento ou danos em geral é elevado, devido à vulnerabilidade da retina.
A condição de descolamento ainda pode suceder a cirurgia para correção da visão. O problema não é causado pela cirurgia em si, mas sim pela membrana afinada e, portanto, mais frágil que pode não suportar a cirurgia ou não se recuperar adequadamente.
Doenças ou condições que causam o afinamento da membrana promovem o seu descolamento. A degeneração pode ser proveniente da idade, compondo um processo natural de fragilização dos tecidos do organismo, ou causada por doenças degenerativas, como o mal de Alzheimer.
Pancadas, queimaduras ou perfurações nos olhos ou na região do crânio podem ocasionar o descolamento. Os incidentes provocam lesões diretas na retina, através de objetos ou elementos que atingem o órgão.
Os traumatismos oculares ou cranianos sem perfuração ocular podem gerar lacerações internas da retina, causando o seu descolamento. São, geralmente, relacionados a pancadas de alto impacto.
Os intervenções intraoculares podem acarretar no descolamento da retina, entre eles, as de catarata e de Lasik, que é o procedimento cirúrgico para a correção de miopia, hipermetropia e astigmatismo.
O descolamento é resultado de uma retina fragilizada, que pode ser naturalmente mais afinada (devido às alterações de visão) ou estar degenerada pela catarata, por exemplo.
Leia mais: Quais são os sintomas de Astigmatismo?
Quando há casos de descolamento da retina presentes no histórico familiar ou clínico, as chances de acometer o paciente são maiores. Isso se deve porque a retina tende a ser mais afinada por condições genéticas ou anatômicas, favorecendo seu rompimento em traumas, por exemplo.
O descolamento tracional é, em sua maioria, originado por retinopatias proliferativas, que são patologias ou condições que acometem a retina. As retinopatias possuem origem vascular ou degenerativa, alterando o funcionamento dos vasos sanguíneos que irrigam os olhos, e tendem a se espalhar ou agravar.
O tipo proliferativo se caracteriza quando novos vasos (neovasos) ocorrem indevidamente na retina.
Advinda da hipertensão, a condição se manifesta quando a pressão alta ocasiona alterações nos vasos sanguíneos da retina. As principais anomalias são a vasoconstrição, que é o estreitamento vascular, espessamento da parede das artérias e vênulas, causando um estreitamento dessas pequenas artérias e veias, além da obstrução e rompimento dos vasos.
A retinopatia diabética pode levar à cegueira, sendo caracterizada, num primeiro estágio, quando vasos da retina ou do nervo óptico não são capazes de carregar nutrientes para as paredes internas do olho.
Se a condição progredir, a obstrução acarreta na formação anormal de vasos (neovasos) que podem formar fibroses ou causar sangramentos. Se não houver um acompanhamento efetivo e o correto controle glicêmico, a retinopatia pode acarretar na perda de visão.
Em condições adequadas, a substância líquida que preenche a cavidade do vítreo é encaminhada à coróide (vasos sanguíneos posteriores à retina).
Quando há processos inflamatórios ou tumores, pode haver o aumento da produção ou do encaminhamento do fluido, o que dificulta o trânsito, acarretando no acúmulo de fluido entre as membranas, caracterizando um descolamento exsudativo ou seroso.
Os 3 tumores oculares mais frequentes são:
Algumas das infecções que podem acometer a retina e causar o seu descolamento são:
Os processos degenerativos ocasionados pelo envelhecimento favorecem o afinamento da retina, facilitando a ocorrência de rupturas. Geralmente, a condição acomete pessoas acima dos 50 anos.
A recorrência do descolamento é relativamente alta. Em geral, os pacientes estão mais susceptíveis pois a retina está degenerada, afinada ou acometida por neovasos, como em pacientes diabéticos.
Ter histórico familiar de descolamento da retina incide num fator de risco devido à relação genética. Nesse caso, não é necessariamente o afinamento da retina que é herdada geneticamente, mas sim doenças que promovam a sensibilidade acentuada da retina, como doenças degenerativas ou autoimunes, como diabetes.
Pacientes que sofrem com miopia apresentam, anatomicamente, uma retina mais suscetível ao descolamento devido ao globo ocular maior.
Organização Mundial da Saúde para a Eliminação da Cegueira Evitável considera a miopia como um problema de saúde pública, sendo que 25% da população apresenta algum grau do problema.
Mesmo nos casos considerados baixos, menos de 3 graus, a dificuldade de visão favorece o aparecimento de outras patologias oculares, entre elas o descolamento da retina.
Os fatores que causam a miopia podem ser genéticos ou adquiridos. Pesquisas apontam que 10% é de ordem genética e 90% de ordem adquirida. Alguns estudos sugerem que a falta de vitamina D (advinda da exposição solar e não da alimentação) e o uso excessivo de telas digitais podem favorecer a disfunção da visão.
Acima de 6 graus, o problema de visão é caracterizado como alta miopia, acentuando os riscos à retina.
Processos cirúrgicos intraocular, como cirurgia de catarata ou corretivas (método Lasik) podem preceder o descolamento.
Estudos apontam que pacientes que realizam uma cirurgia de catarata possuem até 3 vezes mais riscos de sofrer descolamento da membrana. Apesar dos índices serem consideravelmente aumentados em comparação à população não submetida à cirurgia, os casos se mantêm baixos, com menos de 1% de descolamento proveniente da cirurgia.
O descolamento relacionado às doenças oculares advém, sobretudo, de processos inflamatórios. Entre as mais comuns, estão a degeneração muscular relacionada à idade (DMRI), glaucoma e doenças inflamatórias, como toxoplasmose, herpes, doença de Lyme e toxocaríase.
O Hospital de Transplantes do estado de São Paulo constatou, através de um levantamento local, que 80% dos tratamentos para alterações na retina são advindas do diabetes mal controlado.
Estudos ainda apontam que 60% dos pacientes com diabetes há mais 15 anos apresentam algum sintoma de retinopatia (patologias na retina).
O quadro pode se iniciar com o enfraquecimento dos vasos sanguíneos dos olhos, causando pequenos sangramentos. A condição é caracterizada como retinoplastia diabética exsudativa e, em geral, não há perda de visão, apenas alterações e embaçamentos.
Porém, quando o quadro evolui para a retinopatia diabética proliferativa, há o desenvolvimento anormal de vasos na retina, que podem sangrar e causar o descolamento da retina, levando à cegueira ou diminuição considerável da visão.
A pressão alta, ao longo do tempo, pode comprometer os vasos sanguíneos, inclusive nos olhos.
Quando mal controlada, a doença tende a afinar os vasos e deixá-los mais rígidos, dificultando a irrigação sanguínea e, consequentemente, o transporte de oxigênio e nutrientes à retina, denominada retinopatia hipertensiva.
A condição acarreta na diminuição gradual da visão e pode resultar no descolamento da retina.
Doenças falciformes promovem a alteração na produção de hemoglobinas, também chamadas de hemoglobinopatias, pois modificam ou prejudicam o transporte de oxigênio dentro das hemácias.
A anemia falciforme é o tipo mais grave das hemoglobinopatias e pode causar diversas anomalias oculares proliferativas ou não (podem apenas acometer os vasos ou promover o crescimento irregular deles). O agravamento dessas anomalias pode resultar no descolamento da retina.
Outros grupos podem estar suscetíveis ao descolamento de retina, devido à fragilização da membrana:
O descolamento da retina geralmente não é acompanhado de dores ou de alto desconforto. Em geral, os sinais mais recorrentes envolvem alterações pequenas na visão, como manchas e escurecimento, e sangramentos oculares.
Também chamadas de opacidade do humor vítreo, as moscas volantes são pequenas manchas ou grumos que flutuam no campo de visão. Podem apresentar formas variadas, como pontos, círculos, linhas ou irregulares e, geralmente, são mais percebidos quando os olhos focam em paredes brancas.
As moscas volantes são resultados do espessamento ou contração do gel vítreo, que desprende pequenas porções sem causar danos à visão. No entanto, as partículas permanecem imensas no globo ocular e podem ser visualizadas pelo paciente.
Isso significa que a maioria das pessoas saudáveis vê as moscas volantes, o que pode trazer algum grau de incômodo, mas não indica, necessariamente, riscos.
Com o envelhecimento, a formação dos filamentos ou partículas é maior, devido ao processo acentuado de degeneração. Então, a tendência é que as pequenas manchas apareçam com o tempo.
Quando a degeneração do vítreo ocasiona excessiva tração da retina, pode ocorrer o rompimento de vasos sanguíneos. O súbito aparecimento de muitas sombras no ou manchas no campo de visão, pode sugerir que houve sangramento na parte interna dos olhos, compondo um sinal de alerta para o descolamento da retina.
A condição pode ser percebida por pacientes sem a presença de graves problemas nos olhos, afetando sobretudo pessoas idosas, pós-operadas ou pacientes acometidos por traumas na região facial, e tende a ser transitória.
Mas nos casos em que há incidência prolongada ou estão associados às moscas volantes, podem representar sinais do descolamento da retina, pois os flashes podem ser causados quando o vítreo e a retina se separam, através do tracionamento da membrana.
Pacientes com descolamento da retina podem apresentar perda ou diminuição da visão periférica, que compõem a percepção de todo o campo visual, seguida do agravamento da condição. Assim, partes da visão ficam escurecidas e, aos poucos, podem evoluir.
Porções escuras no campo de visão, dificuldade em focar objetos e alterações de cor repentinas podem sinalizar o descolamento. Sobretudo se houver piora das alterações.
O diagnóstico é feito pelo oftalmologista, através de exames intraoculares, pois não há evidência externa do descolamento da retina.
A confirmação do descolamento se dá com a observação manual pelo profissional, com o uso do oftalmoscópio binocular indireto, um aparelho que permite averiguar as condições internas do globo ocular sem recorrer a processos invasivos.
Em alguns casos, pode ser solicitado o exame de ultrassonografia ocular, que permite verificar condições não perceptíveis na observação manual. O exame é realizado com as pálpebras do paciente fechadas, sem configurar uma avaliação invasiva.
Sim, o descolamento tem cura através de tratamentos que restauram a retina. Quanto mais rápido for realizado o diagnóstico, melhores são as chances de não haver sequelas.
Em 85% dos casos submetidos à cirurgia, há boas respostas na recuperação, não sendo necessário outros procedimentos invasivos. Porém, nem sempre a visão é restaurada já nos primeiros dias, compondo um processo gradual.
Nos casos em que houve danos severos à retina, mesmo a reconstrução da membrana pode não ser suficiente para a recuperação da visão.
Também chamada de criopexia, a intervenção compõe uma cirurgia a laser. A indicação é para os casos em que a membrana se rompeu ou se rasgou, mas não houve infiltração do vítreo ou descolamento da retina.
O laser promove a cicatrização das rupturas, impedem o vazamento do fluido e a fixação da retina, evitando a progressão do quadro.
O tratamento é feito com a injeção de gás na porção vítrea (parte que se localiza o fluido vítreo), a fim de obstruir o rasgo ou ruptura da retina. Com a pressão que a substância exerce sobre a área descolada, há o impedindo da passagem de fluido vítreo.
O gás é, posteriormente, absorvido pelo organismo.
Coloca-se um filamento de silicone ao redor do olho, responsável pelo pressionamento da esclera em direção à retina. As rupturas ou rasgos da membrana são cicatrizados com a aplicação de laser, estancando a passagem do vítreo.
A faixa ou camada que envolve o globo ocular tem a finalidade de apoiar e acelerar a aderência da retina ao seu devido local.
A cirurgia consiste na microincisão computadorizada no globo ocular. Ou seja, são inseridos instrumentos bastante finos nos olhos para recompor as camadas.
O líquido do vítreo é aspirado e substituído por soluções de gasosas ou de silicone, por exemplo. Com a substituição e preenchimento do espaço vítreo, os instrumentos fazem o reparo e selam a ruptura.
Dependendo da substância injetada, o próprio organismo é capaz de absorvê-la. Porém, algumas vezes, pode ser necessário realizar um procedimento futuro para a retirada da substância.
Após o procedimento, o cirurgião oftalmológico pode solicitar cuidados específicos que devem ser seguidos rigorosamente para a correta recuperação.
Na primeira semana, o uso de colírios e o repouso são essenciais, além de evitar locais com poeira, animais e o uso de maquiagens, para não haver riscos alérgicos. Também pode ser indicado evitar dirigir e se transportar em grandes velocidades (passageiro de carros ou ônibus).
Sobretudo na cirurgia de retinopexia pneumática, não se deve viajar de avião ou se submeter a mudanças de altitude, devido à expansão do gás intraocular, o que acarreta na pressão exacerbada das membranas.
Como a substância injetada possui mobilidade dentro do globo ocular, em geral, é necessário que nos primeiros dias o paciente mantenha, com a maior frequência possível, a cabeça inclinada em direção ao chão (olhando para baixo), para que o gás fique devidamente acomodado.
A ineficiência da cirurgia pode ocorrer precocemente, logo após o procedimento, ou de modo mais tardio.
Quando há indícios de falha no processo cirúrgico, isso se dá sobretudo pela presença de rasgos não tratados no procedimento.
Cerca de 50% dos descolamentos de retina apresentam mais de 1 rasgo ou buraco na membrana e a ineficiência da cirurgia é resultado da não cicatrização ou fechamento de todas as lesões.
Quando há ineficiência tardia, considera-se que um redescolamento da retina. Portanto, o tratamento foi eficaz, mas a condição acometeu novamente o paciente.
A principal causa é a proliferação de vitreorretiniana, que ocorre quando se formam membranas celulares com características contráteis, ou seja, predispostas a tracionar a camada da retina e descolá-la novamente. A condição ocorre em cerca de 8% após a primeira cirurgia, sendo a causa mais comum do insucesso cirúrgico.
A cirurgia para descolamento da retina pode custar a partir de 6 mil reais, podendo chegar a 20 mil se o procedimento envolver a vitrectomia e a injeção de óleo de silicone.
Não há tratamento medicamentoso para o descolamento da retina, no entanto, após realizada a cirurgia, o oftalmologista pode receitar o uso de colírios antibióticos e anti-inflamatórios.
Atenção!
NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas neste site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.
Em 90% dos casos a retina é realocada com sucesso, mas alguns casos podem necessitar mais de uma cirurgia. A recuperação tende a ser rápida, apresentando os pontos críticos nos 40 primeiros dias.
Se não houver lesão permanente à visão, o paciente apresenta estabilização do quadro, devendo realizar acompanhamento oftalmológico constante, devido à incidência de redeslocamento.
A condição que acomete a retina apresenta um alto grau de urgência. Alguns casos apresentam descolamento parcial que pode continuar se agravando até o total desprendimento da membrana.
O distanciamento da retina diminui ou encerra a nutrição e oxigenação da estrutura, conduzindo à morte do tecido e, consequentemente, resultando na perda de visão permanente.
Quando rapidamente tratada e realocada, a retina apresenta melhoria do quadro em 80% dos casos. No entanto, pode haver perda parcial ou total da visão, alterando significativamente o modo de vida do paciente, pois a visão não pode ser recuperada quando há morte do tecido.
O paciente, então, deve adaptar a rotina para conferir melhores condições de vida e conforto, facilitando a retomada das atividades diárias.
Como a condição pode ser resultante de diversos fatores, é preciso estar atento à saúde em geral para prevenir o descolamento da retina.
Cuidar da região dos olhos e da face, tomando medidas protetivas é fundamental. Pessoas que praticam atividades de risco, como pilotar moto ou esportes radicais, possuem maiores riscos de lesionar os olhos. Por isso, é necessário usar equipamentos de segurança que minimizam os impactos.
Pacientes diagnosticados com doenças de risco, como diabetes ou hipertensão, devem fazer acompanhamento médico e manter os quadros estabilizados.
Quando há presença de infecções, tumores ou doenças degenerativas, realizar o tratamento correto, manter o acompanhamento médico frequente e manter o quadro supervisionado por profissionais de saúde reduzem os riscos de danos à visão e à retina.
Além disso, a consulta regular ao oftalmologista é indicada para toda a população, visando acompanhar a saúde dos olhos.
Não. Ler em movimento, como em carros ou ônibus, pode ocasionar tonturas, mas não há risco de lesões na retina.
As tonturas são causadas porque há envio de mensagens conflitantes ao sistema nervoso. O livro ou tablet permanece parado a sua frente, mas na visão periférica, que capta em maior amplitude o contexto, você está em movimento. Por isso, o enjoo ou tontura podem ser respostas cerebrais a percepções opostas.
Em geral, coçar os olhos não representa danos graves às membranas. O que pode acontecer é uma lesão causada pela coceira extrema e repetitiva, que gera microlesões nos olhos.
Esfregar muito os olhos pode ser sinal de alergias ou irritações, que tendem a resultar em alterações da córnea (ceratocone). Se houver afinamento, hipersensibilidade ou degeneração da retina, o descolamento pode ser facilitado.
Há estudos de revisão que indicam não haver relação direta entre o levantamento de peso exagerado e o descolamento da retina. No entanto, nos casos em que há predisposição ou fatores de risco, o levantamento de grande quantidade de peso por longos períodos, pode favorecer a lesão na retina.
Esportes radicais com grande impacto podem ocasionar o descolamento da retina. Geralmente, os buracos na retina são causados se houver fatores de risco associados, como miopia ou doenças degenerativas.
A lesão se deve ao tranco intenso que ocorre no fim da queda. Em geral, ela é percebida logo após o salto se acompanhada de sangramento no olho. Mas, em alguns casos, pode ocasionar pequenas rupturas na membrana sem sinais evidentes, que serão diagnosticadas tardiamente.
A visão é o sentido mais aguçado do ser humano e, ao mesmo tempo, um dos problemas que mais acometem a população. Por isso, os cuidados com a saúde em geral são fundamentais para prevenir ou minimizar os danos à visão.
Ainda que existam fatores que predisponham os pacientes ao descolamento da retina, consultar rotineiramente o oftalmologista auxilia na prevenção e redução de riscos.
Mantenha a boa saúde dos seus olhos e continue se informando no nosso blog!
Referências
Machado, R., Casella, A., Malaguido, M., & Oguido, A. (2009). Estudo experimental da inibição da proliferação vitreorretiniana pelo uso da hiperecina. Arquivos Brasileiros De Oftalmologia, 72(5), 650-654. http://dx.doi.org/10.1590/s0004-27492009000500010
Vilela, Rosana Q. B., Bandeira, Denise M., & Silva, Maria Alexsandra E.. (2007). Alterações oculares nas doenças falciformes. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, 29(3), 285-287.
Rafaela Sarturi Sitiniki
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