Pacientes que dependem de um tratamento à base de medicamentos injetáveis sofrem diariamente com uma rotina cheia de limitações. Além das idas frequentes ao médico, há também o desconforto de lidar com as agulhas.
Esse é o dia a dia de milhões de pacientes com diabetes tipo 2, por exemplo, que dependem da insulina injetável.
No entanto, um estudo feito por pesquisadores de Harvard, Novo Nordisk e guiado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) provou que através de um comprimido a insulina pode viajar até o estômago e chegar ao sangue, dispensando o uso de agulhas.
A descoberta tem o nome de SOMA e sua estrutura é semelhante a um comprimido ou uma cápsula com fragmentos de insulina no interior.
Porém, nada é tão simples assim.
Trata-se de um dispositivo robótico que só libera a substância quando ela entra em contato com o estômago, fazendo com que ela percorra todo o caminho intacta, ou seja, sem sofrer qualquer dano pela ação do sistema digestivo.
Durante a pesquisa e desenvolvimento do SOMA, foi observado que o dispositivo, ao chegar na região estomacal, provocava uma pressão na parede do órgão, fazendo a insulina chegar facilmente na corrente sanguínea.
No entanto, a estrutura da cápsula — que não pode ser digerida — percorre o mesmo caminho dos alimentos, passando pelo cólon até ser eliminado pelas fezes.
Próximos passos
Para chegar a essa versão, foram realizados diversos testes em animais, entre eles porcos e ratos. Em humanos, no entanto, o medicamento ainda não foi testado.
Segundo os cientistas, é preciso mais testes de segurança para verificar se há algum risco para a saúde do estômago, mas já existe uma previsão. Os pesquisadores pretendem começar a testar o comprimido em humanos ainda nos próximos três anos.
Ainda que não esteja disponível, essa descoberta parece promissora para dar origem a novos tratamentos, não só para pacientes com diabetes tipo 2, mas também para qualquer outro paciente que precise de algum tipo de droga injetável.
A tecnologia desenvolvida pelos pesquisadores tem como objetivo aliviar o cotidiano de pacientes que precisam do uso recorrente de medicamentos injetáveis.
Apesar de ainda estar em fase de teste, a descoberta representa um salto na qualidade de vida desses pacientes.
Fonte: Science Daily