A estomia, também conhecida como ostomia, é um procedimento cirúrgico que envolve a exteriorização de parte do sistema digestório ou urinário, criando uma abertura artificial entre os órgãos internos e o meio externo.
No Brasil, mais de 400 mil pessoas vivem com uma bolsa de ostomia, embora muitas delas escondam. As bolsas têm como objetivo principal armazenar fezes ou urina que foram desviadas do fluxo intestinal ou urinário.
A necessidade de realizar uma cirurgia de estomia pode surgir em diferentes circunstâncias de saúde, e cada tipo de estomia atende a um propósito específico.
Apesar dos desafios enfrentados durante o processo de adaptação inicial, muitas vezes desencadeiam um impacto psicológico e emocional, levando ao estigma social, dificuldades na aceitação pessoal e adaptação ao novo estilo de vida.
Com o tempo e o devido acompanhamento médico, as pessoas que vivem com uma estomia têm a capacidade de reconstruir suas vidas e retomar suas atividades cotidianas.
Elas podem viajar, praticar esportes, desfrutar de relacionamentos afetivos, aproveitar momentos de lazer como banhos de mar ou piscina, e seguir com suas rotinas diárias, mantendo uma qualidade de vida.
Acompanhe o texto para melhor entendimento do tema!
Índice — Neste artigo você verá:
A cirurgia de estomia é um procedimento realizado para criar um novo caminho de eliminação da urina e das fezes quando a função normal do trato gastrointestinal ou urinário está comprometida.
Esta intervenção é frequentemente necessária em casos de risco em órgãos como o reto, intestino, bexiga, útero, vagina e ovários, como parte do tratamento oncológico.
Diversas condições médicas que afetam o trato gastrointestinal podem requerer a realização de uma cirurgia de estomia, resultando na criação de uma ostomia temporária ou permanente, como a colostomia ou a ileostomia.
O procedimento é uma medida terapêutica séria e só é recomendado quando outras opções de tratamento se mostram insuficientes para restaurar a função normal do trato gastrointestinal ou urinário.
Os três são procedimentos cirúrgicos que envolvem a criação de aberturas na região do abdômen relacionados ao sistema digestivo ou urinário para desviar seu fluxo normal de excreção. Cada uma dessas intervenções tem suas próprias características e finalidades:
É a abertura no intestino grosso para a saída de fezes. Geralmente, feito por um coloproctologista cirurgião, que é especializado em tratamentos cirúrgicos e não cirúrgicos de doenças do intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus.
Existem diferentes tipos de colostomias, cada uma determinada pelo local específico onde é realizada a abertura no cólon. Vamos conhecer esses tipos e suas características:
Existe também a colostomia úmida, que permite a eliminação de fezes e urina pelo mesmo local. É indicada quando a incontinência urinária ou necessidade de desvio simultâneo do intestino e da bexiga.
O local de posicionamento da estoma em diferentes alturas ao longo do cólon pode ter um impacto significativo na digestão e na absorção de nutrientes. Essa relação se deve em grande parte ao papel do intestino delgado nesses processos fisiológicos.
Pois o intestino delgado é a porção do trato gastrointestinal onde ocorre a maior parte da absorção de nutrientes dos alimentos digeridos.
Com estruturas que aumentam consideravelmente a área de absorção disponível, permitindo que os nutrientes sejam absorvidos de maneira eficiente para a corrente sanguínea.
A adaptação após uma cirurgia pode variar de pessoa para pessoa, a dieta, estado de saúde e acompanhamento médico adequado desempenham um papel fundamental na minimização do impacto na digestão.
Enquanto a colostomia exterioriza uma alça do intestino grosso, a ileostomia faz o mesmo com uma alça do íleo, a parte final do intestino delgado. Essa diferença impacta na consistência das fezes, que são mais líquidas e pastosas na ileostomia.
Durante o procedimento, uma porção do intestino delgado e, às vezes, do cólon, é removida ou desviada, levando à necessidade de uma abertura alternativa para a eliminação de resíduos.
Existem dois principais tipos de cirurgia de ileostomia: a ileostomia terminal e a ileostomia em alça.
Uma urostomia é a exteriorização dos ureteres (canais que transportam a urina dos rins) através da parede abdominal, criando também uma estoma.
A urina flui constantemente por esse estoma e é coletada em uma bolsa especial. Devido a esse fluxo contínuo, é necessário o uso de um dispositivo coletor equipado com válvula antirrefluxo e torneira de drenagem, o que permite o esvaziamento ao longo do dia.
As bolsas são dispositivos projetados para coletar fezes ou urina que foram desviadas do fluxo intestinal ou urinário normal devido a intervenções cirúrgicas que vimos anteriormente.
Essas intervenções cirúrgicas, como colostomia, ileostomia e urostomia, são realizadas em situações de doenças graves, lesões traumáticas, câncer ou outras condições médicas que requerem a remoção total ou parcial de partes desses órgãos.
Uma vez que parte do intestino grosso, delgado ou ureteres são desviados para a superfície abdominal para criar um estoma, a bolsa de estomia é necessária para coletar seus resíduos.
Essas bolsas são projetadas para serem confortáveis e seguras, permitindo que os pacientes continuem suas atividades diárias.
Existem diversos tipos de bolsas disponíveis no mercado para a coleta de fezes e urina em pacientes que passaram por procedimentos de ostomia.
Cada tipo de bolsa tem características específicas que atendem às necessidades individuais dos pacientes, levando em consideração o tipo de estomia realizada e as preferências pessoais.
Podem ser compostas por uma peça única, onde a placa e o reservatório são integrados, ou por duas peças separadas, onde a placa é acoplada ao corpo e a bolsa se encaixa nela.
As bolsas de duas peças permitem a lavagem interna, o que facilita a higienização durante o esvaziamento.
As bolsas podem ser drenáveis, com uma abertura manual que permite ao paciente esvaziá-la sem remover do corpo, ou não-drenáveis, que precisam ser removidas para esvaziamento. As drenáveis reduzem a ocorrência de lesões na pele e são mais duráveis.
Dependendo da visibilidade do conteúdo interno, as bolsas transparentes facilitam a percepção quando estão chegando ao limite e permitem a visualização de qualquer alteração no conteúdo.
Geralmente as pessoas optam por uma opaca, por conta da privacidade e se sentem mais confortáveis em não expor o conteúdo coletado, o que é compreensível.
O filtro ajuda a reduzir cheiros e a diminuir o tamanho da bolsa em caso de acúmulo de gases. No entanto, pessoas com fezes líquidas podem correr o risco de vazamentos, sendo que bolsas sem filtro podem oferecer mais segurança nesses casos.
Algumas bolsas de ostomia vêm com encaixes para cintos de suspensão que ajudam a ter mais segurança durante o uso.
Segue algumas dicas que podem ajudar nos cuidados básicos e as melhores práticas para uma rotina segura e tranquila.
Consulte um nutricionista para ter orientações personalizadas sobre uma dieta.
O período em que uma pessoa precisa usar uma bolsa de ostomia é geralmente temporário e varia de acordo com diversos fatores, alguns deles que podemos citar são:
Em média, uma pessoa permanece com a bolsa de colostomia por cerca de 4 a 6 semanas após a cicatrização do órgão afetado.
No entanto, esse período pode variar consideravelmente, podendo estender-se de 3 meses a até 2 anos, dependendo da complexidade do caso e da necessidade individual do paciente.
Após uma recuperação bem-sucedida, é possível que uma nova intervenção cirúrgica seja realizada para reverter a colostomia, restaurando assim o funcionamento normal do sistema digestivo e urinário.
Infelizmente, em situações específicas, como quando o tumor afeta o ânus ou está localizado próximo a ele, a amputação abdomino-perineal pode ser uma opção de tratamento.
Nesse caso, o ânus é removido e a colostomia se torna permanente, sem possibilidade de reversão.
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A cirurgia de ostomia é considerada um procedimento seguro, porém, como qualquer intervenção cirúrgica, pode apresentar algumas complicações tanto no período pós-operatório imediato quanto em estágios mais tardios.
Entre as complicações associadas ao uso da bolsa de ostomia, destacam-se:
Além das complicações pós-cirurgia, também existem complicações tardias que podem surgir após o período de recuperação inicial, incluindo:
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Utilizar de uma bolsa coletora de estomas pode gerar inúmeros impactos emocionais nas pessoas sujeitas aos tratamentos.
Mesmo nos dias de hoje, é comum que muitos sintam a necessidade de esconder a bolsa, seja para evitar comentários indesejados ou lidar com a curiosidade alheia.
Pois apesar de ser um procedimento vital para salvar vidas, ele altera a imagem corporal e desencadear uma série de desafios. A mudança na aparência física e as preocupações com a aceitação social podem gerar sentimentos de vergonha, ansiedade e baixa autoestima.
Por isso, o suporte emocional e acompanhamento profissional é tão importante no processo de recuperação e adaptação.
Além de participar de programas sobre educação, estomia e recursos para cuidados com a bolsa coletora podem fazer as pessoas se sentirem mais capacitadas e confiantes.
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Kayo Vinicius Ferreira Forte
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