Atualmente, a laparoscopia tornou-se uma técnica cirúrgica amplamente adotada em diversas especialidades médicas ao redor do mundo. Destaque principalmente nas áreas ginecológica, ortopédica e urológica.
Originada como uma ferramenta de diagnóstico na Europa em 1902, porém sua aplicação cirúrgica foi efetiva apenas oito décadas depois.
O intuito por trás desse avanço foi substituir algumas intervenções cirúrgicas tradicionais, que normalmente precisavam abrir a cavidade abdominal, por procedimentos menos invasivos, buscando uma recuperação mais ágil para os pacientes.
Hoje é considerada como um procedimento mini-invasivo, com menor dor pós-operatória e menor risco de infecções, utilizando pequenas incisões e instrumentos especializados que são inseridos através delas.
Quanto às indicações para a técnica, estas abrangem uma variedade de condições médicas, desde diagnósticos precisos até intervenções terapêuticas. Muito utilizado na ginecologia, por exemplo, para tratar condições como endometriose e miomas uterinos.
Continue lendo o artigo para entender detalhadamente o processo da laparoscopia, suas indicações clínicas e seus possíveis riscos.
Índice:
A cirurgia tradicional de laparoscopia envolve a realização de pequenas incisões no abdome, geralmente com cerca de cinco milímetros, através das quais um laparoscópio é inserido.
Esse instrumento consiste em uma câmara acoplada a um cabo de fibra óptica, permitindo ao cirurgião visualizar, em tempo real, os órgãos internos em um monitor. Minimamente invasiva, oferece uma abordagem menos intrusiva para explorar e tratar condições médicas.
A técnica pode ser dividida em duas categorias principais: laparoscopia diagnóstica e laparoscopia terapêutica.
Os benefícios associados às cirurgias laparoscópicas são notáveis e contribuem significativamente para a experiência e recuperação do paciente. Uma das vantagens mais evidentes é a reduzida formação de aderências, um fenômeno que pode ocorrer quando os tecidos se unem após um procedimento cirúrgico.
A abordagem minimamente invasiva tende a minimizar esse tipo de complicação, promovendo uma cicatrização mais suave e preservando a integridade dos tecidos internos.
A mitigação da dor é outro ponto positivo, pois sua natureza menos invasiva resulta em menor desconforto pós-operatório e menor tempo hospitalar, oque acaba diminuindo o risco de infecções secundárias.
O procedimento cirúrgico laparoscópico começa com a escolha do tipo de anestesia (geral, local ou peridural) depende de variáveis como a gravidade do quadro, o estado de saúde do paciente, a área acometida a ser examinada ou tratada, e a preferência do cirurgião, entre outros fatores.
A videolaparoscopia possibilita a realização de procedimentos cirúrgicos simples ou complexos de maneira menos invasiva, rompendo com a tradição das cirurgias abertas convencionais.
O processo inicia-se com uma pequena incisão, geralmente de poucos milímetros, utilizando um bisturi. Essa incisão cria a abertura necessária para a introdução do laparoscópio, um aparelho composto por um fino tubo de fibras ópticas equipado com uma câmera de alta resolução em sua ponta.
Essa câmera permite ao cirurgião visualizar a cavidade interna, transmitindo imagens detalhadas para monitores de vídeo, caracterizando assim o que conhecemos como videolaparoscopia. Esse recurso proporciona ao cirurgião uma visão interior do corpo, possibilitando intervenções precisas.
Caso necessário, outras pequenas incisões são feitas para a introdução de instrumentos cirúrgicos, que, embora semelhantes aos utilizados na cirurgia tradicional, se distinguem pelo tamanho compacto e delicadeza.
Ao realizar cirurgias abdominais, o cirurgião pode optar por insuflar a região com dióxido de carbono, um gás que facilita o procedimento.
Essa técnica cria espaço entre os órgãos, individualizando-os e proporcionando um campo de trabalho mais amplo para o cirurgião, reduzindo assim a possibilidade de lesões acidentais em estruturas do corpo.
Anteriormente, muitos procedimentos cirúrgicos eram realizados exclusivamente por meio de cirurgias abertas convencionais, porém a técnica revolucionou a abordagem cirúrgica, oferecendo uma alternativa mais avançada e benéfica.
A cirurgia robótica, também denominada cirurgia laparoscópica assistida por robótica, é uma inovação na abordagem cirúrgica minimamente invasiva.
Este procedimento envolve a manipulação de um robô pelo cirurgião para realizar incisões, ressecções e reconstruções, apresentando vantagens significativas quando comparado às técnicas tradicionais.
As incisões são menores, potencialmente resultando em menos sangramentos e promovendo uma recuperação mais célere para o paciente. A precisão é substancialmente aprimorada, especialmente em áreas de difícil acesso.
A ergonomia é otimizada para o cirurgião, que opera o sistema robótico a partir de um console, proporcionando maior conforto durante o procedimento. Os movimentos tornam-se mais intuitivos, e a visão tridimensional é aprimorada, contribuindo para uma execução mais refinada por parte do cirurgião
Atualmente, a cirurgia robótica é extensivamente utilizada em diversas especialidades, especialmente em prostatectomia radical e nefrectomia para cânceres de próstata e rim, respectivamente.
Além disso, ela é empregada em cirurgias reconstrutivas, como a pieloplastia para obstrução do rim.
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Os tipos de cirurgias laparoscópicas podem ser classificadas como puras ou mistas, dependendo da via de acesso escolhida para realizar a intervenção ou se houverem imprevistos no caminhar da cirurgia.
Envolvendo uma combinação das vias laparoscópica e convencional que é adotada quando a cirurgia demanda a remoção de um órgão doente. A maior parte da intervenção é realizada por laparoscopia, com os passos principais conduzidos através das pequenas incisões.
Ao final do procedimento, é feito um corte adicional para extrair o órgão operado da cavidade abdominal.
Nessa abordagem, a cirurgia é realizada exclusivamente por meio de pequenas incisões (cortes) feitas no abdômen. O procedimento é conduzido inteiramente pela via laparoscópica, utilizando instrumentos cirúrgicos inseridos através dessas pequenas incisões.
É uma opção preferencial quando a natureza do procedimento permite a realização completa por laparoscopia.
Nesses casos é quando inicialmente a cirurgia começa como laparoscopia mas a abordagem é convertida para cirurgia convencional durante o procedimento.
A conversão ocorre quando o cirurgião encontra desafios inesperados, como aderências internas, dificuldades na exposição do campo operatório ou outras situações que podem comprometer a segurança do paciente.
O cirurgião realiza um corte convencional para concluir o procedimento de forma segura.
Embora seja um procedimento reconhecido pela sua segurança, é essencial reconhecer que, como em qualquer intervenção cirúrgica, existem riscos e possíveis complicações, mesmo que minimamente invasivos.
Abaixo, alguns dos principais riscos potenciais associados a essa técnica:
Há o risco de lesões em órgãos circundantes, como intestino, vasos sanguíneos, baço, fígado, pâncreas e vesícula biliar.
O desenvolvimento de cicatrizes pode resultar em aderências, e lesões nos nervos ou músculos são possíveis devido à manipulação cirúrgica.
A perfuração acidental de órgãos internos, como intestino, pode ocorrer durante a manipulação dos instrumentos laparoscópicos. Embora seja uma complicação incomum, a perfuração visceral requer atenção imediata e pode exigir intervenção cirúrgica adicional para reparo.
O uso cuidadoso de instrumentos e a habilidade do cirurgião são determinantes na prevenção dessa complicação.
Um exemplo é a peritonite bacteriana, uma inflamação da membrana que reveste a cavidade abdominal, pode ocorrer em casos de infecção não detectada ou inadequadamente tratada.
A administração de antibióticos profiláticos antes da cirurgia é prática padrão para reduzir o risco de infecção pós-operatória.
Sinais de infecção após a cirurgia, como febre, drenagem nas incisões ou desconforto anormal, requerem avaliação imediata do médico responsável.
Sua ocorrência geralmente é mínima devido às técnicas avançadas de coagulação e à visualização direta do campo cirúrgico.
Em casos raros, especialmente em procedimentos mais complexos, o cirurgião pode deparar-se com situações que exigem atenção imediata para controlar o sangramento.
A monitorização cuidadosa e a experiência do cirurgião são essenciais para minimizar esse risco.
Ocorrências de hérnias nos locais de incisão são extremamente raras quando as incisões são fechadas cuidadosamente.
Como dito antes, em casos de dificuldades inesperadas durante a laparoscopia, a conversão para cirurgia aberta pode ser necessária, prolongando o período de recuperação.
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A laparoscopia, dada sua natureza minimamente invasiva, geralmente proporciona um processo de recuperação consideravelmente rápido para uma cirurgia, variando de uma a quatro semanas.
Apesar da eficácia da técnica, é importante tomar certos cuidados durante o período pós-operatório. A abstenção de atividades físicas intensas é uma recomendação fundamental.
Evitar exercícios ajuda a preservar a integridade das pequenas incisões realizadas durante a laparoscopia e contribui para uma recuperação mais tranquila.
É relevante notar que, em geral, o pós-operatório da laparoscopia é associado a uma baixa incidência de complicações. No entanto, é comum que as pacientes relatem algumas sensações desconfortáveis nos dias subsequentes ao procedimento.
Uma queixa frequente é a sensação de gases, algo esperado devido ao dióxido de carbono utilizado para inflar a cavidade abdominal durante a cirurgia. Esse desconforto, assim como qualquer dificuldade para andar, tende a diminuir significativamente nos dias subsequentes à intervenção.
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Kayo Vinicius Ferreira Forte
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