A endometrite é uma doença inflamatória que acomete o útero e atinge o endométrio, tecido que reveste a parede uterina interna, onde o embrião se fixa no início da gestação.
Ela está categorizada como N71 na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID-10), e se refere à “Doença inflamatória do útero, exceto o colo”.
Contudo, para entender melhor essa doença, é importante compreender o que exatamente é uma inflamação. O processo inflamatório é uma resposta do sistema imunológico a uma lesão ou infecção, como, por exemplo, a presença de microrganismos.
Se o diagnóstico não for feito e o tratamento não for seguido conforme a orientação profissional, além da possibilidade de uma endometrite crônica, o microrganismo causador da inflamação pode se espalhar para outras partes do sistema reprodutor, como trompas, causando infertilidade.
Vale destacar ainda que a endometriose e a endometrite não têm relação e não são doenças semelhantes, o único fator em comum entre elas é que ambas afetam o endométrio.
Continue a leitura para saber mais sobre a endometrite, como suas causas, sintomas e qual é o tratamento adequado.
Índice - Neste artigo, você encontrará:
A endometrite é uma inflamação, ou seja, uma reação do sistema imunológico, que inicia o processo inflamatório após uma lesão ou infecção. Na maioria dos casos, essa inflamação é causada por uma infecção bacteriana, mas outros fatores também podem ser determinantes.
Algumas IST’s (Infecção Sexualmente Transmissível), como a gonorreia, podem ser causadoras da endometrite. Além disso, a colocação do DIU ou curetagem após um aborto espontâneo também causam lesões que podem desencadear uma inflamação.
O período após o parto também pode ser fator de risco para o desenvolvimento da endometrite. Chamado de endometrite puerperal ou endometrite pós-parto, a condição pode surgir como consequência da ruptura das membranas, cesariana ou parto normal, entre outras condições.
Portanto, todas essas condições surgem devido a presença de bactérias no trato gastrointestinal e vaginal, que podem ser levadas até a mucosa uterina por meio de algum procedimento médico.
A endometrite se divide em dois tipos, sendo eles agudo e crônico. Veja abaixo quais são as características de cada condição.
A endometrite aguda é a fase mais comum e mais simples de ser diagnosticada e tratada, pois nela há a presença de sintomas que servem de alerta para que um(a) profissional seja visitado(a).
Se as orientações médicas forem seguidas à risca, um quadro de endometrite aguda pode ser curado em poucos dias.
A endometrite pode se tornar crônica se não for tratada adequadamente, pois, dessa forma, os microrganismos infectantes podem permanecer na cavidade uterina e causar uma inflamação persistente ou de repetição.
Na maioria das vezes, a endometrite crônica é assintomática, o que dificulta o diagnóstico e pode resultar em complicações indesejadas, como a infertilidade, por exemplo.
A dificuldade na progressão da gestação pode acontecer devido a região afetada pela endometrite ser o endométrio, tecido onde ocorre a fixação do óvulo fecundado no início da gravidez.
A formação de abscessos e infecção na cavidade pélvica, que afeta os órgãos reprodutores superiores, também são complicações que podem ocorrer na endometrite crônica. Em casos mais graves, pode ocorrer a sepse, uma condição perigosa que causa a infecção generalizada do organismo.
Algumas características dessa doença podem levantar o questionamento: "A endometrite é grave? Pode ser câncer?”. E a resposta pode não ser tão simples quanto parece.
A endometrite não é um câncer e nem pode evoluir para um, no entanto, a presença da endometrite crônica pode deixar o organismo suscetível a outras infecções, que podem causar complicações graves como o câncer.
Ou seja, a endometrite pode ser grave em casos crônicos, pois pode resultar em complicações graves e perigosas, como a sepse, por exemplo.
Leia mais: O que é Endometriose, Sintomas, Tratamento, Cura e Mais
Os sintomas relacionados à endometrite são:
É importante lembrar que os sintomas de endometrite, normalmente, aparecem durante a fase aguda da doença. No caso de estágio crônico, eles podem não aparecer.
O corrimento vaginal é uma característica natural do corpo. Quando saudável e normal, ele possui consistência líquida ou pouco viscosa, sendo incolor ou levemente branco-amarelado e inodoro ou com cheiro leve.
Tendo em mente os aspectos de um corrimento típico do organismo, é mais fácil identificar anormalidades que podem ser sinais de alguma doença.
O corrimento característico da endometrite é abundante, com odor forte e coloração alterada, sendo normalmente esbranquiçado ou amarelado.
Por isso, caso note alterações na cor do corrimento e as características descritas acima, busque ajuda médica o quanto antes!
O diagnóstico da grande maioria das doenças inicia-se sempre na avaliação clínica, com a anamnese, contato inicial em que a paciente relata o que tem sentido e seu histórico médico.
Nesse momento, também ocorre a verificação dos sintomas relatados por meio de exame físico e outros procedimentos que podem ser realizados dentro do próprio consultório. Durante essa avaliação é possível observar os primeiros sinais da presença da endometrite, como inchaço e sensibilidade pélvica.
Em seguida, o(a) médico(a) irá solicitar exames laboratoriais para comprovar o diagnóstico e descobrir a causa da endometrite. Hemograma, exame de urina, histeroscopia e análise da amostra colhida da mucosa uterina são alguns dos que podem ser solicitados.
Além disso, exames de imagem, como ressonância magnética e ultrassonografia transvaginal, podem ser solicitados como método de avaliação complementar, pois são muito úteis no diagnóstico de diversas doenças.
No entanto, apenas o exame de imagem pode não ser o meio correto para avaliar um caso de endometrite, pois, apesar de ser possível checar irregularidades na parede uterina, essa alteração por si só não é suficiente para diagnosticar a endometrite.
O tratamento para o tipo agudo da doença, geralmente, envolve o uso de antibióticos orais ou injetáveis, que podem variar conforme o tipo de infecção.
Na fase crônica, em que já pode haver alguma complicação, pode ser necessária uma intervenção cirúrgica para a remoção de aderências ou drenagem de abscessos. Nesses casos, é comum o uso de técnicas minimamente invasivas, como a videolaparoscopia.
Além disso, dependendo da condição de saúde da paciente, alguns cuidados complementares podem ser solicitados, como uso de soro IV (intravenoso, para reposição de líquidos) e repouso.
Por isso, é indispensável visitar um médico(a) e seguir as orientações passadas, para combater a endometrite e suas causas.
A endometrite é uma doença inflamatória que demanda atenção e um tratamento adequado, com medicamentos prescritos por um(a) especialista. Caso receba esse diagnóstico, não deixe de seguir as orientações passadas pelo(a) médico(a)!
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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