Medicamentos como o Prostokos podem ser administrados por profissionais médicos com objetivo de interromper uma gravidez de risco ou para antecipar o parto de forma eficiente e segura para a mulher.
Esses medicamentos têm em comum a presença de misoprostol, um componente que induz a contração uterina, sendo muito útil nesses casos. No entanto, se for utilizado de maneira inadequada pode provocar diversos efeitos colaterais.
Por isso, saiba mais sobre o mecanismo de ação do misoprostol e quais são os riscos do uso de medicamento com esse fármaco.
Índice — neste artigo você vai encontrar:
- O que é misoprostol?
- Para que serve?
- Como usar o medicamento?
- Quais os efeitos colaterais?
- Quais são os riscos do uso do misoprostol?
- Quais as contraindicações do misoprostol?
O que é misoprostol?
Misoprostol é um princípio ativo sintético feito em laboratório a partir da prostaglandina E1 (ácido graxo que funciona como um hormônio no organismo feminino). Essa substância foi desenvolvida pela indústria farmacêutica em 1973, porém chegou ao Brasil somente em 1984.
Esse princípio ativo é empregado na fabricação de medicamentos como o Prostokos, que é utilizado em diferentes casos de assistência obstétrica, garantindo a saúde da mulher.
Dessa forma, o misoprostol é indicado para mulheres grávidas que têm a necessidade de interromper a gestação (aborto), ou antecipar o parto, com acompanhamento médico.
É importante ressaltar que no caso da interrupção da gravidez seu uso é permitido, segundo a lesgislação vigente no país, em casos de estupro, risco à saúde da mulher e quando é atestado que a criança irá nascer com má fomação do cérebro (anencefalia). Fora essas situações, é considerado crime e pode trazer consequências graves à mulher.
Por isso, medicamentos com misoprostol só podem ser vendidos aos hospitais registrados pelo Ministério da Saúde e que seguem as normas de controle estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Ademais, também só pode ser administrado dentro de dependências médicas e sob observação de profissionais da saúde.
Para que serve?
O misoprostol serve para ajudar processos relacionados à assistência obstétrica para mulheres. Portanto, grávidas que precisam adiantar o parto ou interromper a gravidez podem utilizar o componente, devido à ação de contração uterina que ele proporciona.
No entanto, é imprescindível que isso seja feito conforme as normas legais estabelecidas, ou seja, somente em casos em que adiantar o parto seja orientado por um profissional, e no cenário em que a interrupção da gravidez seja determinada pela lei.
Devido a isso, medicamentos com misoprostol não são vendidos a pessoas comuns, somente a hospitais e centros especializados autorizados a comprá-los.
Como usar o medicamento?
Medicamentos que têm como princípio ativo o misoprostol, só podem ser usados dentro de hospitais e centros médicos registrados e que possuem autorização do Ministério da Saúde para administrar o fármaco. Conforme a bula do Prostokos, medicamento à base de misoprostol e para uso ginecológico, a posologia adequado (dependendo do caso) é:
- Indução do parto: a termo (entre 37 e 42 semanas de gestação) ou próximo ao termo (inferior a 37 semanas), deve ser administrada a dose de 1 comprimido do medicamento (25mcg), de 6 em 6 horas;
- Interrupção da gestação: quando é determinado pelo obstetra a interrupção da gravidez por volta de 30 semanas de gestação, é possível que a mulher use até 2 comprimidos de 50mcg em uma só aplicação para conseguir finalizar a interrupção.
- Indução de parto com feto morto (antes das 30 semanas): para que o processo seja eficaz, é adequado iniciar com 2 comprimidos de 25mcg (total 50mcg) e aguardar o período de 6 horas. Pois caso não ocorra o efeito desejado, é preciso aumentar a dose para 4 comprimidos 25mcg (totalizando 100mcg) ou, administrar diretamente 1 comprimido de 100 mcg.
- Aborto legal: O médico deve solicitar que a mulher tome 1 comprimido de 200mcg de 6 em 6 horas, até que o processo esteja concluido.
Vale destacar, que na indução do trabalho de parto, o intervalo entre uma dose e a seguinte, não deve ser menor que 6 horas. E que nunca pode ser tomada uma nova dose quando já existe contratilidade uterina (duas ou mais contrações em 10 minutos).
Quais os efeitos colaterais do misoprostol?
O misoprostol não costuma provocar muitos efeitos colaterais à saúde de mulheres que fazem uso da substância sob orientação e observação obstétrica.
Segundo a bula do Prostokos, os sintomas que podem surgir são desconfortos considerados leves, como um desconforto abdominal discreto, diarreia (dependendo da dose administrada), flatulências e náuseas.
Algumas reações são mais incômodas como vômitos, fadiga, dor de cabeça, febre, calafrios, sangramento prolongado e abundante que varia de acordo com a idade gestacional (no caso de interrupção da gestação) e a dose indicada, sendo mais frequente quando a mulher toma comprimidos de 200mcg.
De forma geral, esses efeitos tendem a diminuir nas primeiras horas, no caso de aborto legal, após a eliminação do feto, podendo se prolongar por 24 a 48 horas.
Quais são os riscos do uso do misoprostol?
O motivo principal do misoprostol não poder ser vendido a qualquer pessoa que deseja comprá-lo e só poder ser administrado em dependências hospitalares, são os riscos e as complicações que podem ser provocados à saúde da mulher e também ao feto, que são considerados graves e em muitos casos, irreversíveis.
Alguns deles são:
- Contrações fortes que podem provocar a morte do feto e até mesmo de acordo com intensidade, a ruptura do útero;
- Doenças decorrentes do efeito teratogênico (que danifica o embrião ou feto) do fármaco, como hidrocefalia, extrofia da bexiga, paralisia facial congênita, defeito do sistema límbico e contrição de pés e mãos.
Quais as contraindicações do misoprostol?
Conforme a bula do Prostokos (medicamento que contém o princípio ativo misoprostol) ele é contraindicado para o público masculino e também para pessoas que se encontram nas seguintes condições:
- Cicatriz uterina;
- Cesárea anterior;
- Doença vascular cerebral;
- Doença coronariana (obstrução das artérias coronárias);
- Ingestão prévia de anti-inflamatórios não esteróides (dentro de um período de 4 horas);
- Hipersensibilidade a qualquer um dos componentes da fórmula.
Vale destacar que gestantes ou mulheres com suspeita de gravidez não devem utilizar o medicamento sem orientação médica, visto que o misoprostol promove a contração uterina aumentando as chances de um aborto não desejado.
Os princípios ativos desenvolvidos e empregados na fabricação de diversos medicamentos são muito importantes no campo da medicina e servem para diferentes tratamentos. No entanto, para ter os benefícios do medicamento e evitar riscos, é essencial seguir a posologia correta e as orientações definidas por um(a) médico(a).
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Fontes consultadas
- Aborto com auto-administração de misoprostol: um guia para as mulheres — International Women’s Health Coalition;
- Descrição Prostokos — Consulta Remédios;
- Protocolo Assistencial Multiprofissional USO DE MISOPROSTOL — Maternidade Cândido Mariano.